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Estudantes do curso de Programação de Jogos Digitais desenvolveram realidade virtual no Museu de História Natural do Capão da Imbuia

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Na imagem, os estudantes William Fabiano da Silva Filho e Eduardo Skalecki Cardon.

Um ambiente marinho que pode ser visto com a ajuda de realidade virtual é uma das atrações do novo espaço de exposição do Museu de História Natural no Capão da Imbuia. Com a parceria do Projeto Meros do Brasil, patrocinado pela Petrobrás, os visitantes podem saber mais sobre o peixe mero, ameaçado de extinção, e como podem colaborar para a sua preservação.

A exposição abriu ao público, oficialmente, na última sexta-feira (02/12), a partir das 9h, com entrada gratuita. Quem for ao local, vai encontrar uma plotagem com as informações, totens interativos como a roda do ciclo de vida do peixe, o jogo da memória “Meromória” e uma intervenção artística inédita: uma réplica de um mero de metal em tamanho real, confeccionada pelo artista plástico Marcelo Pszybylski.

Para a secretária municipal do Meio Ambiente, Marilza do Carmo Oliveira Dias, o novo ambiente e o uso da tecnologia são um atrativo a mais do Museu, que já é referência na pesquisa em zoologia e no trabalho de Educação Ambiental.

Marilza lembrou que o peixe mero ocorre no litoral Sul, muito próximo da capital paranaense e que é um animal dócil e de fácil predação. “Por isso, é fundamental difundir as informações a respeito do seu hábitat e de como podemos preservá-lo”, explicou. “Curitiba reforça, mais uma vez, o seu protagonismo em ações sustentáveis, com mais essa ação”, completou.

Participação dos alunos do curso Técnico de Programação de Jogos Digitais do IFPR/Campus Curitiba

“Trazer o mar para Curitiba”, nas palavras do coordenador do Projeto Meros no Paraná, Matheus Freitas, foi o desafio dos estudantes do Instituto Federal do Paraná. A interatividade, reforçou o pesquisador, ajuda a mostrar a importância da preservação dos ambientes costeiros e marinhos.

Assim, o objetivo do desenvolvimento deste ambiente virtual é a conscientização da ameaça de extinção do peixe Meros. Para isto foi desenvolvido um Apk que simula o fundo do mar e recria um dos ambientes marinhos em que os peixes Meros habitam, os costões rochosos. Além da experiência de estar no fundo do mar como um mergulhador, o jogador terá contato com outras espécies como águas vivas, pirajicas, tartarugas, corais e até mesmo com a poluição provocada pelo homem.

Para os criadores do dispositivo que permite esse mergulho, os estudantes William Fabiano da Silva Filho, de 17 anos, e Eduardo Skalecki Cardon, de 16, ambos do 3º ano do curso Técnico de Programação de Jogos Digitais, o trabalho é ainda mais gratificante pelo seu objetivo. Com a pandemia no decorrer do curso, além de aprender realidade virtual e 3D, eles precisaram estudar sobre os peixes. Isso aconteceu em dois meses, visto que o desenvolvimento da realidade virtual teve início no mês de agosto e foi até a segunda quinzena de outubro deste ano.

“Não é todo dia que se tem a oportunidade de criar um jogo e é melhor ainda saber que uma criança vai ter acesso a isso e a esse conhecimento, incentivar a preservação”, comentou Wiliam, interessado em fazer mais projetos ligados a temas ambientais.

“A gente consegue trazer o ambiente que parece inacessível, do fundo do mar”, completou o colega Eduardo. Os alunos foram orientados pelos professores Carla GarciaDenise SatoFábio Albini e Mônia Naomy.

O Projeto Meros do Brasil

Espécie ameaçada de extinção, o mero, que está presente em grande parte da costa brasileira, pode viver 40 anos e pesar até 400kg. Por sua imponência, pelo risco de extinção e importância para o ecossistema marinho, o mero tornou-se em 2002 a primeira espécie de peixe a receber uma moratória específica que estabeleceu a proibição da captura, transporte e comercialização no Brasil.

Criado em 2002 em Santa Catarina, o Projeto Meros do Brasil está presente em nove estados da costa do Brasil (Pará, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina). O Projeto tem o objetivo de garantir a conservação dos ecossistemas marinhos e desta que é considerada a maior espécie de garoupa do Oceano Atlântico.

Atualmente as ações do Projeto estão voltadas para a conservação da sociobiodiversidade através da pesquisa científica, educação, comunicação e da arte, e buscam envolver as comunidades locais, valorizando o seu conhecimento, e toda a sociedade, promovendo equidade de gênero, inclusão racial e de pessoas com deficiência.

Cobrindo aproximadamente 1.500 quilômetros da costa brasileira, por meio da atuação em rede, as ações do Projeto Meros do Brasil levam em conta as particularidades de cada território, e são executadas de forma colaborativa entre as equipes de todos os estados.

Serviço

Exposição do Espaço Projeto Meros do Brasil no Museu de História Natural

Data: a partir de 02/12 (sexta-feira)

Horário: terça a domingo, das 9h às 16h45 (horário muda em dia de jogos da seleção brasileira na Copa do Mundo 2022)

Local: Museu de História Natural Capão da Imbuia (Rua Benedito Conceição, 407)

Agendamentos de visitas guiadas para escolas: (41) 3313-5481.

Fonte: PMC.
Fotos: Hully Paiva/SMCS.