Curso técnico em Aquicultura propõe nova matriz tecnológica
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O Campus de Paranaguá sediou na última semana a reunião da Câmara Técnica de Pesca e Aquicultura. Cerca de 30 pessoas estiveram presentes no encontro, entre representantes das colônias de pescadores, da Secretaria de Aquicultura e Pesca (SEAP), ONG´s, universidades, Força Verde, Instituto Chico Mendes e professores do IFPR.
Na pauta da reunião estava a apresentação do Relatório de avaliação parcial do plano de ação da Câmara Técnica (CT) da Área de Preservação Ambiental – APA – de Guaraqueçaba e do Parque Nacional do Superagui; apresentação no Núcleo Sul III de Aquicultura e Pesca; do Curso Técnico em Aquicultura do IFPR e do projeto “Nas malhas da Inclusão”, da ONG Ipê.
A chefe da Estação Ecológica de Guaraqueçaba, Maria Elisa Marques Vieira, expôs aos participantes os principais pontos do plano de Ação da Câmara Técnica. Dentre as linhas de ação estão o desenvolvimento de estudos e pesquisas para o reaproveitamento dos resíduos que sobram da pesca (camarão, ostra, caranguejo, peixe), revisão da legislação pesqueira e seminário educativo sobre o tema, desenvolver capacitação – associativismo e cooperativismo – e cursos técnicos na área pesqueira.
Além dessas ações a CT propõe a elaboração de cartilhas e informativos para a divulgação de assuntos pertinentes à pesca e maricultura, elaboração de programa de ordenamento da pesca esportiva no litoral do Paraná, entre outros.
A contribuição do IFPR
O professor Anderson Coldebella fez uma explanação sobre como o curso técnico em aqüicultura pode contribuir para a redução dos problemas que atingem a área pesqueira. “Nosso objetivo é estimular a produção, e não só o extrativismo”, afirma.
Já o coordenador no Núcleo de Aquicultura e Pesca do IFPR, professor Otávio Bezerra Sampaio, lançou um desafio aos representantes dos pescadores: eles devem se articular com a comunidade para a formação de uma nova turma de técnico em aqüicultura. No entanto, desta vez, o curso será diferenciado, as aulas ocorrerão nas próprias colônias de pescadores respeitando o ritmo de vida do trabalhador.
O professor explica que o curso no moldes como é oferecido atualmente (ensino médio integrado) não atinge o público alvo, que são os pescadores. “Eles não têm condições de assistir aulas diariamente, por isso, estamos propondo outro formato para o curso”, destaca. A ideia é oferecer no segundo semestre um curso técnico em aqüicultura na modalidade de educação de jovens e adultos (Proeja).
Bezerra afirma, também, que os problemas ecológicos e sociais existentes hoje são decorrência da matriz tecnológica excludente em que o mercado pesqueiro está inserido. “De que adianta discutir a legislação pesqueira? Essa legislação existe apenas para gerenciar o que está colocado. Nosso curso propõe uma mudança na essência do problema, com a valorização da aqüicultura familiar e estimulo à pesca sustentável”, finaliza.