Evento sobre do IFPR aborda a cordialidade e a transparência – Campus Ivaiporã

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Evento sobre do IFPR aborda a cordialidade e a transparência

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No último dia 13 de Setembro, o Instituto Federal do Paraná (IFPR), Campus de Ivaiporã realizou o evento “A cordialidade como modus operandi em terra brasilis”, palestra ministrada pelo professor Henrique Fernandes Alves Neto (IFPR). A atividade faz parte das ações de extensão do projeto “Transparência Ativa e Dados Abertos”.

Um sorriso no rosto, o jeito amigável de tratar as pessoas, a afabilidade excessiva das pessoas, essas são algumas das ações utilizadas pelo homem cordial para conseguir o que se quer, traduzindo-se assim no jeitinho brasileiro.

“Quando encontramos o caminho mais fácil, encurtar distância, tudo é característica nossa, é cordialidade.  Quando queremos ser gentis e afáveis também. Mas isso tem um outro lado: essa emotividade esconde um lado tenebroso. Ao mesmo tempo em que somos legais, basta pisar em nosso calo que nos voltamos para um lado violento. Um exemplo é nosso comportamento no trânsito: podemos estar distribuindo sorrisos, mas ao levar uma “fechada” imediatamente mudamos para um comportamento violento”, explica o Professor: “Essa afabilidade e violência são os dois lados da mesma moeda, e essa moeda somos nós”, conclui.

Utilizando os conceitos da Teoria Burocrática, de Max Weber, e a obra de Sérgio Buarque de Holanda (O homem cordial), Neto expos como os dois autores dialogam e convergem, quando apresenta a citação de Weber, colocando que “a escolha dos homes que irão exercer funções públicas faz-se de acordo com a confiança pessoal que mereçam os candidatos, e muito menos de acordo com as suas capacidades próprias. Falta tudo à ordenação impessoal que caracteriza a vida no Estado burocrático”, apresentou em um de seus slides.

Em sua apresentação, também expos que há uma confusão entre o privado e o público. Entre família e estado. E essa confusão que traz a cordialidade como um dos maiores problemas para a transparência. E quando um invade o espeço do outro, há problemas, corrupção. E isso não deveria acontecer, mas quando acontece.

Ao final, o professor deixa algumas perguntas a serem respondidas pelos participantes, como: “Como existir transparência em um país onde a cordialidade é a raiz que estrutura as instituições? Como pensar em impessoalidade se o fantasma da família patriarcal nos assombra? E aproveita para deixar, também, uma reflexão: “será que é possível que a democracia é alcançável? Será que a democracia é um horizonte? Um ponto ao longe que nunca chegaremos mas que nos faz andar em sua direção”?

O evento contou com a participação de servidores, alunos e comunidade, que participou dialogando e debatendo com o professor ao final da palestra.

Os coordenadores do projeto agradecem a participação de todos e deixa o convite em aberto para a participação em seu próximo evento: o mini-curso “Mobilizações Coletivas: A Arte de Reivindicar”, que será realizado em 03/10 pela professora Dalva Cassie Rocha, da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).

 

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