Convite para participação do II Encontro Indígena do Litoral do Paraná: Diálogos em construção – Campus Paranaguá

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Convite para participação do II Encontro Indígena do Litoral do Paraná: Diálogos em construção

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Construir diálogo requer disposição não apenas para falar, mas principalmente para ouvir. Os significados da palavra diálogo envolvem um amplo conjunto de sentidos em torno de uma alternância dos papéis de falante e de ouvinte em contextos variados de interação entre seres humanos.

Dialogar pressupõe disposição para escolher palavras, medir o tom da própria voz, olhar o interlocutor nos olhos em que pesem a integridade da intenção e a verdade de um coração disposto a compreender.

A escrita da história que se ocupa do estabelecimento de uma relação entre indígenas e não-indígenas tem sido tradicionalmente tecida com as letras da incompreensão, do desrespeito e da violência em suas mais variadas formas. Os longos séculos que se seguiram às narrativas dos primeiros contatos traduzem ainda hoje uma realidade hostil aos povos indígenas: o avanço sobre suas terras desconsidera a constituição de um modo específico de ser e de viver com a tessitura de línguas, práticas, usos e costumes únicos cuja riqueza habita justamente a diferença e não a padronização dessas muitas culturas que hoje chegam a nós como um desafio cujo senso de responsabilidade compartilhamos ao lado desses indígenas para com eles reabrir caminhos e construir diálogos.

É nesse contexto de uma aproximação que respeita e de uma partilha de caminhos que apresentamos e convidamos para o II Encontro Indígena do Litoral do Paraná com o tema Diálogos em Construção a realizar-se no Instituto Federal do Paraná Campus Paranaguá, Campus Paranaguá, na próxima quinta-feira, dia 24 de maio de 2018, às 19h. Compreendemos que o contexto político atual atravessa com dificuldades latentes a disposição para firmar um diálogo com os povos indígenas no Brasil: a suspensão das demarcações de terras e os sucessivos pedidos de exoneração do cargo de presidência da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) nos últimos dois anos são alguns exemplos emblemáticos em que a disposição para ouvir produziria os efeitos de compreensão e respeito que há séculos os povos originários buscam como meio de subsistir à passagem do tempo como legado para as gerações presentes.

Construir esse diálogo com os indígenas que habitam o litoral do Paraná significa reescrever a história do passado com o aprendizado que juntos construímos no presente

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