GRUPO DE PESQUISA TRANSFORMAÇÕES DO BRASIL CONTEMPORÂNEO REALIZA SEMINÁRIO SOBRE DIREITOS HUMANOS E POVOS INDÍGENAS – Campus Paranavaí

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GRUPO DE PESQUISA TRANSFORMAÇÕES DO BRASIL CONTEMPORÂNEO REALIZA SEMINÁRIO SOBRE DIREITOS HUMANOS E POVOS INDÍGENAS

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Por Josimar Priori 

O grupo de pesquisa Transformações do Brasil Contemporâneo (TBC) realizou, na última quarta-feira, dia 11/09, o seminário intitulado Direitos Humanos e Povos Indígenas em Debate: Ideias Para Adiar o Fim do Mundo

Durante o evento, foram apresentados à comunidade os resultados das pesquisas realizadas pelo grupo durante os anos de 2023 e 2024. Neste período, o TBC dedicou-se ao estudo do pensamento indígena, escolhendo como objeto de estudo as obras do escritor indígena e membro da Academia Brasileira de Letras Ailton Krenak. Foram estudados os livros Ideias para adiar o fim do mundo (2020), A vida não é útil (2020) e Futuro Ancestral (2022). 

 O evento iniciou-se com uma bela apresentação musical do Coro Jovem IFPR-Paranavaí, regido pela professora Ester Cristina Back Schulz. Em seguida, foram realizadas as comunicações dos estudos realizados por membros do grupo. Por fim, houve um debate entre os pesquisadores e a plateia, conduzido pela professora Camila Clozato Lara. 

O estudante do 3° ano do Curso Técnico em Informática Integrado ao Ensino Médio, Marco Antonio Colucci Bonfim, apresentou o trabalho Ailton Krenak e a Humanidade. A estudante Gabriela Martins Azevedo, do 2° ano do Curso Técnico em Mecatrônica, por sua vez, expôs sua pesquisa, intitulada Análise da Relação de Humanidade e Natureza na Visão indígena e na Visão eurocêntrica de Acordo com Ailton Krenak. Ambos os estudos foram orientados pelo professor Josimar Priori, coordenador do TBC. 

O trabalho de Bonfim buscou compreender de quais maneiras o conceito de humanidade aparece na obra do autor estudado. Em síntese, segundo o pesquisador, Krenak destaca que o conceito europeu de humanidade descreve, na verdade, o projeto de expansão colonialista, acumulador e tecnicista dos europeus, enquanto deixa às margens uma quantidade imensa de povos que se apresentam como uma espécie de sub-humanidade que precisaria ser capturada pela sociedade de consumo. Krenak, por outro lado, identifica nessa suposta sub-humanidade a potência para construir outras experiências, contar outras histórias e adiar o fim do mundo. 

O estudo de Azevedo, por sua vez, buscou compreender as relações entre a humanidade e a natureza. De acordo com a pesquisadora, na concepção europeia, a natureza se apresenta como algo separado e disponível para a exploração pelo homem, especialmente, de fato, do sexo masculino. Essa visão tem levado a profundos desequilíbrios sociais e a desastres ambientais cada vez mais graves. Do ponto de vista indígena, por outro lado, natureza e humanidade se confundem como uma única unidade. Somos, na verdade, parte da natureza e nos reconectarmos com ela é urgente e indispensável para evitar a catástrofe socioambiental que enfrentamos. 

Por fim, durante o debate conduzido pela professora Camila Clozato Lara, foram abordados diferentes aspectos pelos quais o pensamento de Ailton Krenak ajuda a compreender as contradições do mundo contemporâneo. Destaca-se a compreensão de que o sistema capitalista, expressão da expansão europeia pelo mundo, é absolutamente incompatível com uma forma equilibrada de vida humana e não humana no planeta. Dessa maneira, torna-se cada vez mais necessário valorizarmos os projetos, os modos de vida e as maneiras por meio das quais os povos indígenas e outros povos tradicionais vivem e preservam a si próprios e a natureza da qual todos fazemos parte. 

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