Muitas das oficinas ofertadas nesta sétima edição do Se²pin trataram do corpo em diversas manifestações. A dança esteve muito presente, com oferta de quatro oficinas. Dentre as mais concorridas, “A dança como instrumento de empoderamento”, do Campus Telêmaco Borba, colocou todos, meninos e meninas, para suar e movimentar o corpo em sequências coreográficas.
Em uma perspectiva mais livre e espontânea, “Corpos Homo[AFETIVOS]”, da professora Bárbara Lamounier, do Campus Jacarezinho, propôs exercícios corporais de reconhecimento, tanto individuais como coletivos, integrando diferentes corpos e percepções de movimento, gerando uma performance que emergiu a partir da interação entre os participantes. “Eu venho pensando o corpo como um lugar libertário e múltiplo, um corpo de muitas ações, e que não cabe num padrão também dado como héteronormativo das relações. E eu trabalho o corpo pensando em um corpo que se toca, um toque mais do sutil do afeto, do mais simples ao revolucionário, também pensando no corpo afetivo que é o estar do mão dada, e como isso gera violência na sociedade; e eu quis trazer essa discussão para o Se²pin”. A proposição de Bárbara entende o corpo do adolescente como moldado – “dentro de cadeiras e carteiras” e, simultaneamente, como são livres e espontâneos.
A experimentação também foi a tônica de outra proposta, da professora Carine Xavier, do Campus Colombo. Sua oficina “Teatro Narrado. Mulheres em Cena, um despertar para narrativas de matriz afro-brasileira” foi fruto de sua pesquisa de mestrado com líderes quilombolas de uma comunidade em Palmas. Na oficina, Carine contou essas narrativas não registradas, incentivou que eles compartilhassem histórias positivas e encerrou com uma experiência de teatralização livre em grupos. A produção do espaço também foi um diferencial da oficina usando véus coloridos e tecidos como elementos cênicos.
Outro destaque foi a “Oficina de Defesa Pessoal”, ministrada pela professora de Educação Física do Campus Avançado Barracão, Cícera Andréia de Souza. Com o lema “Lute como uma Garota”, a atividade teve por objetivo repassar algumas técnicas de defesa em situações de violência. Segundo a professora, as mulheres são mais vulneráveis a agressões físicas não porque não têm condições físicas para se defender, mas por estarem preparadas. “Busco repassar dicas e técnicas de defesa para que elas priorizem a preservação de suas vidas e não de seus bens materiais. Além disso, estimulo o interesse por praticar alguma luta ou arte marcial”, conta a professora, que também é praticante de Jiu Jitsu.
Fotografia também foi tema de oficina
Sonia Maria da Costa Mendes, professora do Campus Ivaiporã, trouxe uma proposta de fotografia conceitual, com prática e teoria. “A ideia é a de que os participantes possam fugir das fotos do dia a dia e focar na composição visual e juntos fazemos a análise das imagens produzidas aqui”, explica.
A servidora Roberta Rios, da Pró-Reitoria de Extensão, Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação (Proeppi) e que está na comissão da organização do Se²pin, avaliou positivamente a participação dos estudantes nas oficinas. “Nós ficamos muito apreensivos. Nos preocupamos se estamos no tempo desses estudantes e a gente conseguiu tocá-los. Por exemplo, na dança, em que eles não se conheciam, e estavam se movimentando de acordo com o olhar. Houve integração e isso foi um sucesso”.