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Os alunos do segundo ano do Curso Técnico em Informática Integrado ao Ensino Médio do Campus União da Vitória do Instituto Federal do Paraná (IFPR) participaram, na manhã de hoje, da Marcha Contra o Feminicídio e Violência Doméstica, convocada pelo coletivo feminista Mais que Amélias, de União da Vitória (PR) e Porto União (SC).
O coletivo é composto por mulheres estudantes e professoras do Campus União da Vitória da Universidade Estadual do Paraná (Unespar), que propõem que nesse dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, não é um dia para comemorar ou parabenizar. “Porque nós #nãoqueremosflores, nós queremos respeito”, é o que propõe o slogan do evento.
Feliz com a participação dos alunos nessa manifestação contra a violência doméstica, a professora de Sociologia, Cybelle Martins de Lara Cardozo, acredita que para problemas coletivos deve-se buscar soluções coletivas. “A participação dos alunos do IFPR nessa manifestação pelo fim da violência doméstica coincide com um dos objetivos do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), a promoção do intercâmbio com as demandas sociais da comunidade. Essa atividade demonstra o compromisso com a formação de cidadãos e cidadãs participantes das questões sociais locais”, avalia.
A marcha saiu da frente da Catedral de União da Vitória, com o objetivo de chamar a atenção para o fato de o Município aparecer em quarto lugar nos índices de violência doméstica, no estado do Paraná, que é o terceiro no ranking nacional. A professora aponta que os dois casos de violência doméstica seguida de morte, que ocorreram na região, dentro de 15 dias, servem para referendar esses dados.
Programação
Nessa terça-feira, 8 de março, em que se comemora o Dia da Mulher, o Coletivo Mais que Amélias está promovendo, durante todo o dia, roda de conversas sobre os índices de violência e como reconhecer que está vivendo um relacionamento abusivo, em postos de saúde do Município; palestra sobre violência de gênero na educação, no Colégio Estadual Túlio de França; e palestra com estudantes que já sofreram violência doméstica, no Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos.
8 de março
A criação do Dia Internacional da Mulher remonta ao final do século 19, quando movimentos operários protestavam por melhores condições de trabalho, na Europa e nos Estados Unidos. Foi na Segunda Conferência Internacional de Mulheres Socialistas na Dinamarca, em 1910, que se falou em criar uma data anual para celebração dos direitos da mulher, tendo sido consagrado em 1917, quando o movimento feminista tomou corpo. No Brasil, foi em 1982, com a criação do Conselho Estadual da Condição Feminina, em São Paulo, e em 1985, com o aparecimento da primeira delegacia especializada na mulher, que o movimento feminista passou a dialogar com o Estado.