Educação sem distância: servidores do IFPR Coronel Vivida promovem encontros online com estudantes e comunidade durante a pandemia
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Em tempos de distanciamento social, o contato e a aproximação com nossa comunidade vem ocorrendo por meio de diversas ações promovidas por servidores com o uso de diferentes mídias, as quais envolveram conversa com o diretor do campus sobre a situação das atividades letivas e administrativas, literatura, cinema, saúde mental, competições nacional de foguetes e prática em língua inglesa, além da interação direta com a comunidade do IFPR por meio de campanhas solidárias.
Um dos eventos que marcou as atividades promovidas pelo campus durante o distanciamento social foi uma live (transmissão ao vivo), via Youtube, com o diretor Paulo Fortes Junior, momento em que houve a apresentação das primeiras medidas adotadas pela reitoria relativas às atividades letivas e às atividades administrativas em virtude da COVID-19. Com a participação de discentes, servidores e comunidade em geral, o momento propiciou esclarecimentos sobre a realidade do IFPR e as motivações para a não adoção do ensino a distância naquela oportunidade.
O CineDebate, promovido e ofertado pelo Núcleo de Arte e Cultura – NAC Jessica Paula Vescovi, Katyuscia Sosnowski e Vera Azambuja, por meio de lives no Instagram, teve duas edições durante o mês de Abril: a primeira, ocorrida no dia 06, discutiu a adaptação literária da obra “Morte e Vida Severina (2010)”, escrita por João Cabral de Melo Neto e publicada em 1956, para animação dirigida por Afonso Serpa, momento em que houve discussão, com a participação de discentes que solicitaram voz durante a live, sobre a relação da literatura com o cinema, aspectos cinematográficos presentes em animações e a relevância da arte para a compreensão das múltiplas realidades brasileiras. A segunda edição do CineDebate ocorreu em 20 de abril, quando a obra debatida foi o filme de Guel Arraes “O auto da Compadecida”(2000), adaptação da peça escrita em 1955 de Ariano Suassuana, houve a discussão, com a participação da comunidade e servidores do IFPR, sobre a relação da obra com os sete pecados capitais e a realidade nordestina, assim como apontamentos sobre o cenário escolhido para a dramatização e os recursos audiovisuais utilizados no decorrer do filme.
Na intenção de incentivar a prática de conversação em língua inglesa, assim como manter o contato com os estudantes e servidores do campus, foi ofertada, no dia 17 de Abril, pela docente de língua inglesa, Jessica Paula Vescovi, por meio do Google Meet, a “I Conversation Practice”, na qual o tema foi “Routine in Quarantine”. Na oportunidade, os participantes conversaram predominantemente em língua inglesa sobre as atividades que estão desenvolvendo durante o período de isolamento social, comparando-as com as que realizavam anteriormente e fazendo indicações de filmes, séries e livros aos demais. Além do uso de webcam e microfones, a professora mediadora compartilhou slides com conteúdos para a visualização da escrita da língua estrangeira para aqueles que têm alguma dificuldade no listening e também para organizar as falas e motivar os participantes.
E os campeões da 13ª MOBFOG – Mostra Brasileira de Foguetes – também propuseram um bate-papo sobre as competições nacionais de foguetes. O evento, ocorrido no dia 22 de Abril pelo Google Meet, foi organizado pelo professor Paulo Fortes Junior e contou com a participação dos estudantes integrantes da equipe Carlos Mazutti, Hallan Ribeiro e Pablo Zanotto, assim como de estudantes e servidores do IFPR e da comunidade externa. Durante a conversa, diversos assuntos relativos às competições foram abordados, sendo enfatizadas as etapas percorridas para se chegar à competição nível nacional.
Além disso, preocupada com a saúde mental de nossa comunidade, a psicóloga do campus, Thais Chaves, promoveu uma roda de conversa sobre o assunto via Google Meet, a qual ocorreu na quinta-feira, 23/04. No evento, em que houve participação de alunos e servidores, temas como qualidade de vida, ansiedade e depressão em tempos de pandemia foram abordados. Em forma de diálogo, os participantes puderam expor suas angústias e anseios quanto ao momento, assim como estratégias utilizadas por eles para superar momentos de desafios como esse.
Em outra ação destinada à interação entre a comunidade do IFPR, os servidores foram convidados a gravarem vídeos curtos, que representassem suas rotinas domiciliares, a serem postados no Instagram oficial do campus, na intenção de incentivar os estudantes a permanecerem em casa. No mesmo caminho, foi lançada a campanha “Compartilhando Memórias”, na qual servidores e estudantes compartilharam fotos de inúmeros momentos vivenciados no IF nos últimos anos.
Com vistas à promoção da leitura literária, outra atividade desenvolvida pelos docentes do Núcleo de Arte e Cultura do IFPR – Coronel Vivida, Jessica Paula Vescovi, Katyuscia Sosnowski, Lucan Fernandes Moreno e Vera Azambuja, é o clube de leitura “Chá das 4”, cujos encontros, via Google Meet, propiciam a discussão e a reflexão sobre diferentes obras. No mês de abril, dois encontros para discussão de obras literárias já ocorreram. O primeiro momento de reflexão foi sobre o conto “Venha ver o pôr-do-sol”, de Lygia Fagundes Telles, o qual ocorreu em 1º de Abril e abordou aspectos literários como a quebra de expectativa nas obras e as relações amorosas na literatura. O segundo encontro ocorreu no dia 13 e promoveu uma ampla discussão sobre a obra “Ensaio sobre a cegueira”, de José Saramago. Na oportunidade, enfatizou-se a relação da obra com os momentos atuais, assim como foram conduzidas discussões de cunho psicanalítico e sociocultural.
Ainda no mês de abril, foram realizados mais dois Clubes de Leitura: “A Revolução dos Bichos”, de George Orwell, que ocorreu na segunda-feira, dia 27, cuja discussão deu-se em torno dos sistemas governamentais vivenciados na atualidade e teve a contribuição do professor de filosofia e sociologia Evandro Marcos Leornardi e a participação da comunidade; e “Alice no País das Maravilhas”, de Lewis Carroll, que ocorreu na quinta-feira, dia 30, com a participação especial da professora Dra. Ana Carla Vieira Bellon e teve a discussão ancorada em aspectos psicanalíticos presentes na obra.
Apesar das diversas atividades terem sido desenvolvidas no decorrer deste momento pandêmico, o acesso a elas tornou-se limitado visto que nem todos os estudantes têm acesso à internet, o que dificulta a participação e adesão por parte destes.
Outros encontros estão sendo gestados para os próximos dias, acreditamos que uma educação de qualidade precisa ser sem distância, precisa ser atenta e afetiva. De perto, seguiremos e enfrentaremos os desafios propostos juntos nesse ano letivo atípico que estamos a experimentar.