Discrepância da presença feminina em áreas de exatas ressalta a importância do tema do VII Se²pin

A sétima edição do Se²pin tem como lema “Ciência, Mulher e Igualdade: liberdade sem fronteiras para a Inovação”. A escolha do tema foi muito elogiada desde a divulgação do cartaz do evento, em junho.  

Segundo pesquisas de 2017*, no Brasil, as mulheres são apenas 23% dos autores em Ciência da Computação, 24,8% em Matemática, 28,2% em Economia e 33% em Física e Astronomia. De acordo com a Capes, no último prêmio de teses da Instituição, para projetos de pesquisa defendidos em 2017, dos 49 ganhadores 17 eram mulheres. Elas foram premiadas especialmente nas áreas de Humanas, Sociais Aplicadas e Saúde.

No Campus Londrina, há somente uma menina dentre as equipes de Robótica do campus. Beatriz Pavão, aluna do curso técnico integrado em Informática, participa da equipe “Robótica for All” desde a metade do ano passado. Curiosa, a discente quis entrar para conhecer algo novo. “Eu queria fazer algo que estivesse além do que eu aprendia em sala de aula. É interessante porque junta várias áreas do conhecimento, não só a robótica em si, como eletrônica, mecânica, programação. Além disso, a robótica me ajudou demais em sala de aula, principalmente nas matérias de física e mecânica”, declara.

Uma menina entre dois meninos na área e competição de robótica no Se²pin

Uma menina entre cinco meninos

“Nessa área a gente se acostuma a ser poucas. Na minha sala, de 34 alunos, só oito são meninas, mas, na verdade, o ideal seria que os meninos se acostumassem com a gente. Todos os pré-conceitos, com a convivência com mulheres na área, vão caindo, porque os meninos acabam vendo que a gente é tão capaz quanto eles. Se a gente não for atrás de buscar nosso espaço e novos conhecimentos, mesmo só explorando outras coisas, não vamos mostrar nossa força e o poder feminino”, finaliza.

Alguns dos trabalhos apresentados já ressaltam a consciência dos discentes em relação ao assunto. As alunas Brenda Carvalho e Letícia Cremonesi, do Campus Avançado Astorga, apresentaram o projeto “Plus Size Friendly”, aplicativo que ajuda pessoas acima do peso a encontrarem roupas de forma eficiente. “Com o trabalho, queremos ajudar a eliminar a gordofobia presente na nossa sociedade e que tanto afeta as mulheres”. No aplicativo é possível criar um perfil, pesquisar lojas físicas com GPS, escolher o item, ver o preço e avaliar a loja.

Estudantes mostram celular com app contra gordofobia
Estudantes desenvolvem app contra gordofobia

Uma das palestras presentes na programação do Se²pin nesta sexta, dia 19 de outubro, ressalta a presença das mulheres na pesquisa em uma outra área de predominância masculina: a aeronáutica. A palestrante portuguesa Maria Emilia Baltazar tratará do tema “Pesquisa e Inovação no Núcleo de Investigação em Transportes da UBI”, em que faz um relato de experiência sobre ser uma pesquisadora (mulher) na área de transporte aéreo em Portugal.

A outra palestra será com Jorge Miguel dos Reis Silva,  “URBLOG: O Dirigível como plataforma aérea multifuncional”, na qual ele vai relatar o processo de transformação de uma ideia em um protótipo de dirigível para o transporte de cargas e pessoas. Os palestrantes estão ligados à Universidade da Beira Interior.

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