Publicado em
Assim como as universidades federais, os institutos federais de Educação tecnológica (antigos Cefets) também vão destinar mais vagas para o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), na comparação com a seleção do início deste ano. O sistema, criado pelo Ministério da Educação (MEC), seleciona os candidatos conforme seu desempenho no Exame Nacional do Ensino mèdio (Enem), que acontece nos dias 6 e 7 de novembro. As inscrições já se encerraram.
Serão pouco mais de 17 mil vagas -ou 70% das 24,6 mil disponíveis nos institutos- reservadas a quem pretende usar apenas o Enem para ingressar no ensino superior.
Além dos cursos superiores de tecnologia, que duram de dois a três anos e têm formação mais específica, também são oferecidos bacharelados e licenciaturas. Em um ano, a oferta via Enem praticamente dobrou. Na seleção do início do ano, eram 9.026 vagas em institutos.
“Já aumentou muito a procura, e a tendência é utilizar o Enem em 100% [das vagas]. Mas entendemos que é um processo muito novo, algumas instituições ainda têm insegurança”, diz o secretário de Educação Profissional e Tecnológica do MEC , Eliezer Moreira Pacheco.
O que também cresceu foi a adesão das instituições ao sistema. No ano passado, dos 38 institutos, 25 usaram o desempenho no Enem como critério de seleção para todas ou parte de suas vagas.
Neste ano, esse número pulou para 37. A participação só não será total porque o instituto do Amapá tem apenas cursos de nível médio.
Os dois Cefets que ainda existem -Rio e Minas- também aderiram ao Sisu. Os outros viraram institutos federais por uma questão estrutural dos cursos.
Consuelo Sielski Santos, presidente do Conif (conselho das instituições federais de tecnologia), vê como positiva a adesão. “É um processo que vai se estabelecer aos poucos, ainda precisa de muita divulgação. Mas [o Sisu] é muito bom.”
As vagas pelo Sisu são preenchidas em rodadas. Os postos que sobram em uma rodada seguem abertos na próxima. Uma consequência desse modelo é que muitos alunos são aprovados com o ano letivo em andamento.
Preconceito
Os cursos oferecidos pelos institutos ainda são vistos por muitos estudantes como menos qualificados que os de universidades, o que a presidente da Conif acha um erro. “As pessoas precisam lembrar que não é um técnico [de nível médio] melhorado.”
Fonte: Folha de São Paulo