IFPR mantém decisão de usar o Enem para ingresso em cursos superiores
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O reitor do Instituto Federal do Paraná (IFPR), professor Alipio Leal, comentou os problemas envolvendo a aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), realizado no último fim de semana, nos dias 6 e 7 de novembro. “O Enem é uma conquista importante porque democratiza o acesso às universidades e aos institutos federais; as falhas fazem parte de um processo recente que precisa de ajustes”, defende. O IFPR irá utilizar o Enem para o ingresso nos 14 cursos superiores a serem oferecidos em 2011.
Estudantes que fizeram a prova reclamaram de problemas operacionais envolvendo falhas na impressão de cadernos e inversão dos gabaritos. Para o reitor do IFPR, os erros são resultado da dimensão do concurso, que envolveu mais de três milhões de candidatos.
“A experiência aponta que em concursos muito menores existem falhas semelhantes, proporcionais à quantidade de pessoas envolvidas. Nossa sugestão para aprimorar o Enem é a de que o MEC utilize a estrutura da Rede Federal para a aplicação das provas”, disse. Para Leal, a participação de instituições com experiência na elaboração e aplicação de provas dessa natureza irá melhorar, e muito, a logística do exame e ainda contribuir para a superação das falhas atuais.
Desde o ano passado, o Enem é utilizado como forma de ingresso em instituições de ensino públicas de todo o Brasil. O Exame integra o Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Os estudantes concorrem, simultaneamente, a vagas em várias universidades localizadas em qualquer estado brasileiro. O processo é todo informatizado e evita gastos com deslocamentos, além de ampliar o acesso ao Ensino Superior.
Todas as universidades e institutos federais puderam debater internamente se optariam ou não pela utilização do Enem. A escolha foi livre e partiu de cada instituição. Para a adesão, as universidades puderam escolher entre uma das quatro opções oferecidas pelo MEC:
– Como fase única, com o sistema de seleção unificada, informatizado e on-line; (opção feita pelo IFPR e pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR)
– Como primeira fase;
– Combinado com o vestibular da instituição; (opção feita pela Universidade Federal do Paraná (UFPR);
– Como fase única para as vagas remanescentes do vestibular.
Além disso, o Enem também é utilizado para a concessão de bolsas em universidades particulares, pelo Programa Universidade Para Todos (Prouni), criado em 2004, quando o Enem passou a ser amplamente conhecido e utilizado.
Cursos Superiores
Em 2011, o Instituto Federal do Paraná vai oferecer 14 cursos superiores. Em Curitiba, serão dois: Ciências Contábeis (noturno) e Gestão Pública (noturno). No interior, serão abertos os cursos de Licenciatura em Física (noturno) e Tecnologia em Manutenção Industrial (noturno), no campus de Paranaguá e Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas (matutino), em Londrina.
Para o segundo semestre de 2011, a previsão é de que sejam oferecidas mais nove graduações, todas em Palmas: Administração, Ciências da Natureza, Direito, Engenharia Agronômica (com foco em Agroecologia), Licenciatura em Educação Física, Letras Português/Inglês, Licenciatura em Artes, Pedagogia e Sistemas de Informação.
Mais sobre o Enem
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi criado em 1998 para atender a nova concepção curricular do Ensino Médio, delineada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB. A partir de então, a construção do Enem vem dando importantes passos para a implementação de inovações conceituais e organizacionais do sistema educacional brasileiro. Com as mudanças, o Ensino Médio ganha uma identidade nova e passa a ser compreendido como um momento de preparação do estudante para o prosseguimento dos estudos, para a inserção no mundo do trabalho e para a participação plena na sociedade.
O Enem, ao invés de testar a retenção de conteúdos das diversas disciplinas que compõem o currículo da educação básica, como fazem os vestibulares tradicionais, exige que o aluno demonstre o domínio de competências e habilidades na solução de problemas, fazendo uso dos conhecimentos adquiridos na escola e na sua experiência de vida. O Enem não mede, portanto, a capacidade do aluno de assimilar e acumular informações, mas como utilizá-las em contextos adequados, interpretando códigos e linguagens e servindo-se dos conhecimentos adquiridos para a tomada de decisões autônomas e socialmente relevantes.
O Instituto de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) é o responsável pela elaboração e aplicação do Enem. A atual estrutura da prova foi desenvolvida pelo Inep, com a colaboração de especialistas; juntos eles elaboraram uma matriz de competências e habilidades que são próprias ao sujeito na fase de desenvolvimento cognitivo correspondente ao término da escolaridade básica. Este elenco de competências e habilidades associa-se, por sua vez, aos conteúdos curriculares do ensino fundamental e médio – motivo pelo qual o Enem está organizado em Áreas de Conhecimento.
Informações: Assessoria de Comunicação IFPR / Inep