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O IFPR está representado na 6ª edição da Feira Brasileira de Colégios de Aplicação e Escolas Técnicas (Febrat) com 15 projetos, todos de alunos do Ensino Médio Integrado. Muitos deles surgiram de problemas que encontraram na sociedade, na comunidade local e até mesmo na sala de aula ao lado.
É o caso do projeto “Compartilhamento de alimentos: uma solução para o desperdício de hortaliças”, de Igor Henrique de Miranda, discente do Campus Jacarezinho. O trabalho prevê conectar, por meio de uma plataforma web, pequenos produtores ou pessoas que não querem desperdiçar frutas e hortaliças de sua produção, a interessados em comprar ou receber como doação. De acordo com o estudante, a ideia é diminuir o desperdício de alimentos no mundo e tornar a alimentação dos usuários mais saudável. O trabalho do Igor foi campeão na 5ª Febrat na área de ciências humanas. “Sempre quis fazer coisas voltadas ao lado social e humanitário, e esse trabalho abriu um mundo de oportunidades para mim”, finaliza.
Também conectando pessoas com intuito de ajudar, o projeto da aluna Anne Caroline Braz, “Caridar: plataforma web para realização de doações”, objetiva sanar o problema da falta de confiança das pessoas em realizar doações a instituições de caridade. O aplicativo valida quais organizações realmente existem, seus dados e projetos para proporcionar mais segurança para o possível doador. Sobre se dedicar a um projeto de ajuda ao próximo, a estudante do Campus Jacarezinho é enfática: “Era o que eu queria, sempre busquei projeto que eu pudesse ajudar alguém, queria que meu trabalho de conclusão de curso não fosse só um protocolo, gostaria que realmente fosse algo que ajudasse as pessoas na prática”.
Já na área de saúde, os projetos “Iogurte diet probiótico: é possível substituir os adoçantes artificiais?” e “Bebida fermentada à base de quirera de arroz orgânica: opção para intolerantes à lactose e alérgicos ao leite”, ambos do Campus Paranavaí, querem ajudar os diabéticos, hipertensos e alérgicos, dados que crescem a nível mundial. O primeiro, projeto do estudante Marlon de Paula, estudou um substituto dos edulcorantes artificiais e a adição de probióticos, organismos vivos que quando ministrados em quantidades corretas fazem bem para a saúde. E a discente Eloísa Oliveira escolheu o arroz porque ele é menos alergênico que a soja, por exemplo. “Muitos dos produtos para intolerantes são feitos com a soja, porém ela também é a causa de mal-estar de várias pessoas, acaba trocando uma alergia pela outra. Por isso optamos pelo arroz”, declara.
E quando a inspiração vem da sala ao lado? Foi assim com os projetos “Infolibras: material preparatório em Língua Brasileira de Sinais”, do Campus Ivaiporã e “Ensino de métodos de ordenação de vetores para alunos com deficiência visual”, do Campus Jacarezinho.
Lívia Bianca Oliveira, atualmente responsável pelo InfoLibras, conta que o projeto já existe desde 2016 por conta de alunos surdos no IFPR, mas foi reformulado recentemente: “Na nova configuração, fazemos vídeos a partir de animação em quadro branco com o intérprete de Libras ao lado. Os vídeos também possuem áudio para alunos ouvintes”. O projeto prevê produzir conteúdo para vestibular em Libras e informar a população sobre a língua.
E o Igor da Silva, autor do projeto “Ensino de métodos de ordenação de vetores para alunos com deficiência visual” confeccionou um protótipo para auxiliar no processo de ensino de ordenação de vetores utilizando as peças Lego como recurso tátil para auxiliar o aluno com deficiência visual. A inspiração veio de seu calouro no IFPR, “interagindo com os deficientes percebemos as dificuldades e buscamos, com os projetos, criar ferramentas que facilitem a estadia deles no IFPR”. O discente ainda destaca que a ferramenta pode ser usada tanto para estudante com ou sem deficiência, ajudando mais ainda no processo de inclusão do discente na sala de aula. “Nós, como alunos que desenvolvemos projetos que auxiliam a comunidade, temos dever de tentar facilitar a vida desses estudantes na instituição e proporcionar que eles absorvam ao máximo os conteúdos passados”, afirma.
Outros dois projetos se inspiraram nos problemas da comunidade local de agricultores.
Os resultados do projeto “Conservação da qualidade fisiológica e sanitária de sementes tratadas e armazenadas com produtos agroecológicos” do estudante Simão Pedro, do Campus Ivaiporã, serão compartilhados com os agricultores da região para ser método mais barato e eficaz pra eles na estocagem de sementes.
Por fim, o trabalho “Smart Vent – Sistema de ventilação inteligente para aviários de pequeno porte”, representado pelo aluno Murilo Hentz, do Campus Capanema, busca melhorar a qualidade de vida dos produtores, pois é um sistema que automatiza a ventilação de um aviário a baixo custo. O projeto já foi premiado em eventos internacionais.