Câmpus Curitiba promove discussão sobre Atendimento às Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas – Instituto Federal do Paraná

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Câmpus Curitiba promove discussão sobre Atendimento às Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas

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O Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas (NAPNE) do Câmpus Curitiba realizou, na última terça-feira (02), uma mesa-redonda sobre processo seletivo acessível, legislação e inclusão de pessoas com deficiência, acessibilidade nas instituições de ensino e interação social de pessoas surdas mediada por produtos e serviços de comunicação. O evento, com objetivo de  estimular a reflexão e articular ações inclusivas que promovam maior acessibilidade às pessoas com deficiência, contou com as palestras de Maiara Carla Ruon, pesquisadora e bacharel em Direito, professora Laura Ceretta Moreira, coordenadora do NAPNE da Universidade Federal do Paraná e  professora Ana Claudia C. Veiga de França, do IFPR Câmpus Curitiba.

Em sua intervenção, Laura Ceretta Moreira fez um breve histórico das dificuldades enfrentadas pela UFPR e descreveu a experiência da universidade na consolidação das bancas especiais e na busca de mecanismos que fossem capazes de adequar o processo seletivo e a universidade às dificuldades e especificidades dos candidatos, visando um encaminhamento menos excludente. Mencionou as dificuldades de sensibilização da comunidade interna para a aplicação e aprimoramento das políticas que permitissem o ingresso e permanência de pessoas com deficiências e citou os mecanismos criados pela UFPR com intuito de que candidatos que efetivamente tivessem necessidades especiais utilizassem a reserva de vagas, dentre eles as bancas de verificação.

A professora Ana França, do IFPR Curitiba, começou sua fala com um triste dado relacionado à exclusão escolar do surdo. Segundo dados do censo escolar de 2003, divulgados pela Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (Feneis), o Brasil possui 56 mil surdos matriculados no ensino básico. No ensino médio, este número cai para 2 mil surdos e no superior, 344 indivíduos. Na opinião de Ana França, isto se atribui a uma metodologia de ensino que é inadequada aos alunos surdos, a falta de investimento em acessibilidade e ao fato de que, a privação de desenvolvimento da linguagem é uma grande dificuldade. Muitas vezes, segundo a professora, a exclusão inicia dentro da própria família. Em sua pesquisa, Ana França identificou o celular e a mensagem sms como um dos principais aliados dos surdos em sua adaptação a sociedade. “Eles citam como um dos principais produtos e serviços de comunicação”, explicou. Citou também diversas adaptações realizadas pelos surdos ou familiares em aparelhos eletrônicos comuns, como campainha de residência relacionada a aviso luminoso, por exemplo. E destacou que “as barreiras mentais são mais dificilmente transpostas do que as físicas”, lembrando que a inclusão depende de sensibilização, conscientização, capacitação e da participação do surdo no desenvolvimento de produtos e serviços. “São eles que sentem as necessidades e podem colaborar para o desenvolvimento de políticas públicas efetivas”.

A mesa-redonda foi organizada pelas professoras Marcia Ferreira, Priscila da Silva Duarte, Evelise Dias Antunes, Adriana Gagno, Joyce Luciane Correia Muzi, Angela Maria dos Santos, Ana Claudia França e Berenice Romanelli com apoio da Diretoria de Extensão e Políticas de Inclusão (Proepi) e do NAPNE/IFPR (Proens). Na abertura do evento, o reitor Irineu Colombo foi representado pelo professor Izaías Costa Filho (Kiko), diretor de Assuntos Estudantis e Atividades Especiais (DAES).

As fotos do evento estão disponíveis no facebook

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