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Nos dias 30 e 31 de julho, o Câmpus Curitiba sediou o I Seminário de Professores e Intérpretes de Libras. O evento reuniu cerca de 200 participantes, muitos deles surdos, de todo o Brasil.
Estudantes do curso de Letras-Libras da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e de outros Institutos Federais do país também participaram da programação, como Yasmin Carla de Sousa, estudante do curso Técnico em Contabilidade Integrado, do Instituto Federal do Piauí. “Tenho interesse em conhecer a cultura dos surdos no Paraná e as ações desenvolvidas pelo IFPR para atender esses alunos”, afirmou a garota, que busca consolidar um projeto para o desenvolvimento de sinais que correspondam aos termos técnicos da área de contabilidade. “Essa é a maior dificuldade que enfrento no curso técnico”, relatou a estudante.
O seminário é uma realização do Núcleo de Apoio a Pessoas com Necessidades Específicas (Napne), em parceria com a Pró-Reitoria de Extensão, Pesquisa e Inovação (Proepi). A programação teve início com uma mesa-redonda, que contou com a participação de representantes da Federação Nacional de Educação e Integração de Surdos (Feneis), Volvo, Uninter e do Curso de Letras/Libras da UFPR, instituições apoiadoras do Seminário.
“Achei fantástica a iniciativa: um evento no qual a primeira língua é a Libras. Isso valoriza a língua e as pessoas que usam essa língua”, avaliou a professora Leomar Marchesini, coordenadora do Serviço de Inclusão e Atendimento aos alunos com Necessidades Educacionais Especiais (Sianee), uma das conferencistas da mesa-redonda. A professora apresentou o trabalho desenvolvido pelo Sianee nos cursos nas modalidades presencial e a distância da Uninter. O serviço foi criado em 2006 e já atendeu mais de 1300 pessoas com necessidades especiais. “Atualmente, atendemos 460 estudantes, 87 deles surdos”, explicou.
A programação contou ainda com palestras, oficinas e um espaço para exposição de banners. De acordo com os organizadores do evento, esta primeira edição do Seminário teve como objetivo “fortalecer e difundir a Libras no IFPR, além de ter sido um espaço de conscientização para que os surdos lutem pelos seus direitos”, afirmaram o Vice-coordenador do Napne do Câmpus Curitiba, Tiago Saretto, e a coordenadora de Políticas de Inclusão Josiane Poleski, da Pró-Reitoria de Extensão, Pesquisa e Inovação.
Desde 2002, a Libras é reconhecida, por força da Lei 10.436/2002, no Brasil. A legislação, regulamentada pelo Decreto nº 5.626/2006, veio com o objetivo de fortalecer a Língua Brasileira de Sinais e estabelece a inclusão da Libras como disciplina curricular nos cursos de magistério, pedagogia e fonoaudiologia, do ensino público e privado, e sistemas de ensino estaduais, municipais e federais. “O IFPR possui 14 intérpretes de Libras. Nossa luta, agora, é fazer com que professores de Libras sejam contratados para fazer parte do nosso quadro funcional”, afirmou Saretto.
O professor de Libras Silas Nascimento veio da cidade de Belo Jardim, a 200 km de Recife, onde se localiza um dos câmpus do Instituto Federal de Pernambuco, para participar do Seminário. Para ele, a importância do evento reside na discussão da temática do ensino, do uso e da mediação da Libras com profissionais de outras instituições, em especial os Institutos Federais. “Podemos aprender e difundir essas políticas e conquistas de sucesso de outras instituições”, destacou.
Outras informações
Mais informações sobre o I Seminário de Professores de Libras e Intérpretes de Libras podem ser encontradas na página https://seminariodelibrasifpr2015.wordpress.com/.]]>