CAMPUS PARANAGUÁ

Centro Integrado de Pesca Artesanal será instalado no Litoral do Paraná

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No último dia 12, o coordenador de Pesca Artesanal da Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca da Presidência da República (SEAP/PR), João Dias, representantes dos 10 mil pescadores que integram as colônias e ilhas do Paraná, professores e pesquisadores da área participaram da instalação de um Centro Integrado de Pesca Artesanal (Cipar) e a criação do “Território do Litoral do Paraná”. O evento aconteceu na Prefeitura Municipal de Paranaguá. “O objetivo é melhorar a qualidade de vida, superar a pobreza e aprimorar a capacidade de autogestão das comunidades pesqueiras”, afirma João Dias, que é responsável pela implantação do Cipar em todo o Brasil.

Cipar
Os Centros Integrados da Pesca Artesanal são unidades regionais integradas que proporcionarão aos pescadores uma infra-estrutura mínima para a produção até a comercialização do pescado, como fábricas de gelo, óleo diesel, embarque e desembarque (trapiches e rampas), estruturas de beneficiamento e conservação e toda a logística de transporte e comercialização – caminhões e embarcações. Entretanto, o que diferencia o Cipar de outros programas é o investimento na formação dos pescadores.

Para o coordenador da SEAP/PR, João Dias, os Institutos Federais têm uma importância estratégica junto ao Cipar. “O Institutos são fundamentais no sentido de capacitar os pescadores. Não basta instalar uma fábrica de gelo ou fazer beneficiamento e comercialização do pescado. É preciso envolver a comunidade e estimular práticas de autogestão, isso pode ser feito, por exemplo, com um curso na área de cooperativismo”, explica.

Dias explica, ainda, que o Cipar deverá ter cursos de economia solidária, associativismo, planejamento da comercialização e acompanhamento técnico. “É justamente nesse âmbito que o IFPR poderá contribuir”, ressalta.
De acordo com o coordenador do Curso de Aquicultura do Instituto Federal do Paraná (IFPR), professor Otávio Bezerra Sampaio, o desenvolvimento do setor pesqueiro passa, antes de tudo, pela formação dos pescadores. “Cerca de 70% dos pescadores são semi-analfabetos. No nordeste esse índice chega a 90%”, revela. Segundo Sampaio, a criação de novos cursos e investimento na formação e capacitação profissional contribui decisivamente para o crescimento do setor.

Criação de novos cursos
Atualmente, os pescadores artesanais são responsáveis por 60% da produção pesqueira nacional, o que representa mais de 500 mil toneladas por ano. Apesar da importância econômica do setor os pescadores são hoje um dos segmentos com maiores índices de baixa escolaridade, contam com pouca infra-estrutura e condições precárias de trabalho.

Para reverter esse quadro estão sendo criados pelo Instituto Federal do Paraná (IFPR), em Paranaguá, três novos cursos de Aqüicultura e Pesca. “São cursos diferenciados, pois as aulas serão ministradas diretamente na colônia dos pescadores junto com a comunidade”, explica o coordenador.

Baixa produção
Sampaio explica, também, que a produção de peixe no Brasil está muito abaixo do potencial existente. “O país tem 8,4 mil quilômetros de costa e mais de 5,5 milhões de Lâminas d’ água. Mesmo assim, o Brasil só produz um milhão de toneladas de peixe por ano, enquanto a China produz 55 milhões de toneladas anualmente”, destaca.

Além de João Dias, estiveram presentes no evento em Paranaguá o coordenador de comercialização da SEAP/PR, Francisco Abraão Gomes de Oliveira, o Superintendente da SEAP no Paraná, José Wisniewski, o Presidente da Federação das Colônias de Pescadores, Edmir Manoel Ferreira, Luiz Viana, da SEAP/PR, representantes do Estado, das prefeituras e representantes das colônias de pescadores do Paraná.