Conhecendo a Usina Binacional de Itaipu e as Cataratas do Iguaçu

INTEGRAÇÃO ENTRE ENSINO TÉCNICO E HUMANÍSTICO: CONHECENDO A USINA BINACIONAL DE ITAIPU E AS CATARATAS DO IGUAÇU

No dia 28 de setembro, os alunos do 2º e 3º anos do curso Técnico em Informática do Campus Curitiba do IFPR visitaram a Usina Binacional de Itaipu e as Cataratas do Iguaçu. A proposta, encabeçada pela professora de Informática Andréa dos Santos Rodrigues, que contou com a colaboração dos professores Elaini Simoni Angelloti, também da Informática, e Adriano Willian da Silva, da disciplina de Física, além da técnica administrativa Priscila Pontes Coelho, surgiu da necessidade proeminente que se faz de integrar os conteúdos das disciplinas do Núcleo Comum com as de Formação Específica.

Esta metodologia de trabalho docente, encampada pelas Diretrizes Curriculares Nacionais 04/99 que trata dos cursos de educação profissional de nível técnico, traz um novo olhar para o ensino técnico. É uma nova concepção de ensino, que tem como meta impedir a dissociação entre ensino e trabalho, constituindo-se em uma proposta que mescla as duas faces do desenvolvimento da humanidade, pela produção do conhecimento e pelo exercício do trabalho intelectual ou físico.
Na visita, que teve a participação de 32 alunos, pôde-se enxergar de perto uma das Sete Maravilhas da Natureza e uma das sete Maravilhas do Mundo Moderno. Foi um momento único, em que se viu até onde pode chegar o trabalho humano, que a partir de conhecimentos científicos obtém formas de energia com base nos recursos naturais, como também de verificar a beleza da natureza em todas as suas extensões.

A Visita à Usina Binacional de Itaipu deixou claro para os alunos que os conhecimentos científicos elaborados pelo homem no curso de sua história são elementos fundamentais para a modernização da sociedade. Além disso, num momento em que vivemos uma preocupação contínua com relação ao manuseio dos recursos naturais, a realização da visita contribuiu para esclarecer que tipos de ações são realizadas pela Direção da Usina a fim de contribuir com a diminuição do impacto ambiental gerado pela sua construção. Foram mostrados os canais construídos para permitir a piracema, os dados relativos à geração de energia elétrica e aos gastos com recursos humanos e materiais para a construção da Usina.

Com a visita, os alunos ficaram sabendo que a área onde se encontra a Usina é uma zona neutra, que não pertence ao Brasil e nem ao Paraguai, e que o Tratado de Itaipu, assinado em 1973, faz da Usina uma empresa única no mundo, gerida pelas normas do Direito Internacional. A visualização do vertedouro de água pelos alun

os emocionou a todos, uma vez que o fenômeno é fascinante. De acordo com a guia local em cada uma das calhas (são três no total) são despejados em torno de 6000 metros cúbicos de água por segundo.

Ao longo da manhã, após verificarem o funcionamento de uma das turbinas e o painel de controle da Usina, que no momento opera com os sistemas analógico e digital, foi realizada uma visita ao Parque Tecnológico de Itaipu – PTI, uma fundação idealizada em 2003, que funciona no local onde residiam os barrageiros (pessoas que trabalharam na construção da Usina). No momento suas instalações contam com um Pólo Astronômico para divulgação da Astronomia na região, um Campus de Exatas da Unioeste e empresas surgidas de incubadoras, que estimulam o empreendedorismo, visando atender as necessidades da região. É ainda importante ressaltar que em suas instalações está funcionando o Campus Foz do Iguaçu do IFPR, que oferece curso técnico em Aquicultura.

Durante a visita ao PTI, os alunos e professores conheceram os laboratórios de Robótica, Física, Biologia, Matemática, dentre outros, que são utilizados para pesquisa, produção e divulgação do conhecimento. Um espaço que tem tudo a ver com o que o IFPR almeja, ou seja, a integração entre ensino, pesquisa e extensão. Os responsáveis por tais laboratórios colocaram-se a toda disposição para futuras parcerias. Através deste tipo de interação, ficou perceptível para os alunos que na sociedade atual o conhecimento é construído por redes, onde as informações são compartilhadas e a colaboratividade é exercida em sua plenitude.

No período da tarde, na visita ao Parque Nacional do Iguaçu, decretado em 1986 Patrimônio Mundial Natural da Humanidade, os alunos e docentes tiveram a oportunidade de ver um dos maiores espetáculos da natureza: as Cataratas do Iguaçu, que devido as fortes chuvas nos últimos dias estavam revelando toda a sua majestade. Foi uma aula de Biologia, Geografia, Física, História, a céu aberto. Situadas a 18 km da junção das águas do rio Iguaçu e do rio Paraná, na fronteira do Brasil com a Argentina, as Cataratas atraem turistas de todo o mundo, o que pôde ser visto nas 2 horas e meia de visitação. De acordo com nossos alunos, algo inesquecível.

Durante a visita às Cataratas, ficou claro para todos a necessidade de conservar os biomas naturais e de se respeitar a própria história da Terra, uma vez que tais quedas datam de 150 milhões de anos atrás e constituem uma das mais belas cenas do mundo. Lembrando que o Parque Nacional do Iguaçu foi decretado em 1986 como Patrimônio Mundial Natural da Humanidade

A oportunidade da realização da visita a Foz do Iguaçu, permitiu aos nossos alunos, compreender que o conhecimento é intencional, que pode e deve ser aplicado em benefício da coletividade e que um técnico deve primar não só pelo saber específico de sua formação, mas também pela cultura, pelas relações sociais e pelo respeito à natureza, que é a grande “mãe” de todos os recursos que ele pode vir a utilizar.
Esta proposta pedagógica, desenvolvida com base na premissa da cooperatividade entre professores, técnicos e alunos oportuniza condições inigualáveis para a promoção do ensino-aprendizagem, garantido com êxito a formação integral do indivíduo, tão almejada por nossa Instituição de Ensino. Constituindo, assim, uma pequena mostra do ambiente de aprendizagem e estímulo à formação profissional que estamos desenvolvendo em nosso Campus.

Observação: Gostaríamos de expressar nossos agradecimentos à Direção de Ensino, à Direção Administrativa e à Direção Geral do Campus Curitiba, na pessoa do prof. Luiz Gonzaga, sem os quais não teríamos atingido nosso objetivo.

Texto: Professores Adriano Silva, Elaini Angelloti e Andrea Rodrigues