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Estudante do Campus Curitiba do IFPR apresenta trabalho de PIBIC-Jr em evento internacional de Educação Histórica

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Entre os dias 27 e 28 de julho de 2022 ocorreu na cidade de Maceió – AL, nas dependências da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), a XXI edição das Jornadas Internacionais de Educação Histórica.

O evento acontece anualmente entre Portugal, Brasil e Espanha e reúne pesquisadores e pesquisadoras do campo que se preocupam com as relações ensino e aprendizagem em História com sentido e significado para a vida em sociedade. A ocasião permitiu que a estudante Bruna Santana Pasda, do terceiro ano do curso técnico em Processos Fotográficos, apresentasse parte de suas pesquisas desenvolvidas no âmbito da Iniciação Científica Júnior (PIBIC – Jr).

Desde 2021 a estudante vem participando do projeto de pesquisa intitulado “APRENDIZAGEM HISTÓRICA E DIDÁTICA DA HISTÓRIA: TEORIA, FILOSOFIA E PRÁXIS – POSSÍVEIS ABORDAGENS REFERENTES A TEMAS SOCIAIS CONTROVERSOS” coordenado pelos professores Thiago Augusto Divardim de Oliveira e o Denilson Roberto Schena.

Com base nas pesquisas realizadas pela estudante durante o período de aulas remotas devido à ainda não acabada pandemia de covid-19, a estudante avançou significativamente em suas pesquisas o que incentivou os professores a inscreverem a estudante no evento. O aceite do trabalho foi recebido com muita alegria entre os envolvidos no projeto.

De acordo com o professor Thiago Divardim, o texto da Bruna reunia qualidade de um trabalho acadêmico e a vontade de compartilhar com outros pesquisadores as possibilidades de pesquisa no Ensino Médio foi instigante, comenta o professor:

“A Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica, possui como diferencial as possibilidades do desenvolvimento de Ensino, Pesquisa e Extensão, uma condição de trabalho que deveria existir em todas as redes de educação, o que contribuiria com a formação dos estudantes, assim como com a condição de trabalho docente, o que também impacta na formação dos próprios estudantes. Neste sentido, apresentar trabalhos realizados por estudantes do Ensino Médio em eventos acadêmicos é uma maneira de divulgar propostas formativas mais amplas do que apenas a preparação para os vestibulares e para o mercado de trabalho. Em tempos de disseminação de notícias falsas (fake news) é muito importante que as formas plausíveis de pensamento e produção de conhecimento sejam cada vez mais ampliadas nos processos de educacionais”.

Ao longo do projeto que se relaciona com o ensino e a aprendizagem em história de maneira ampla, os estudantes são incentivados a delimitar o tema relacionado ao passado que eles mais gostariam de pesquisar, e são orientados estabelecendo diálogos entre seus interesses temáticos, o projeto que engloba diferentes frentes de pesquisa e mesmo as relações com debates que ocorrem no presente envolvendo a sociedade de maneira mais ampla.

A relação entre ciência e a vida em sociedade é algo privilegiado nas discussões, sempre orientadas através dos processos científicos de produção de conhecimento.

Os professores lembram que a estudante Bruna Santana Pasda, em uma das reuniões de orientação realizou o seguinte questionamento: “Professor, por que as democracias da América Latina parecem tão frágeis?” A partir daí, as orientações indicaram caminhos, metodologias e estratégias de pesquisa que poderiam ajudar a oferecer possibilidades de respostas a essa indagação.

O trabalho resultou na apresentação realizada no evento em Maceió com o título “O GOLPE DE 2016 COMO TEMA DIFÍCIL: GOLPE E IMPEACHMENT EM JORNAIS DA MÍDIA HEGEMÔNICA E SUAS FORMAS DE APRESENTAÇÃO EM LIVROS DIDÁTICOS DO PNLD/ENSINO MÉDIO (2018)”.

O trabalho apresentado pela estudante surpreendeu alguns pesquisadores e pesquisadoras que participavam do eixo temático “2. Educação Histórica e Temas difíceis na História”, principalmente pela abordagem de conceitos e resultados de pesquisas vindos de um projeto de PIBIC-Jr. O professor Ronaldo Cardoso Alves, da UNESP-Assis, esteve presente no evento e nos enviou o seguinte comentário:

“Quero parabenizar a estudante Bruna e seu orientador Prof. Thiago, pois a tranquilidade com a qual ela expôs o objeto, os objetivos e a metodologia de pesquisa, bem como a clareza demonstrada na apresentação de conceitos importantes da investigação, me fizeram crer que se tratava de uma pesquisa de iniciação científica de uma estudante da Graduação. Fiquei surpreso positivamente em saber que Bruna, na realidade, está cursando o Ensino Medio. Parabéns!” (Ronaldo Cardoso Alves, por mensagem, 2022).

De acordo com os professores orientadores, essa participação já configura um passo importante no desenvolvimento do projeto, mas ainda há mais resultados para compartilhar, por isso a estudante ainda participará de eventos no segundo semestre, por exemplo, a II Secif (Seminário de Produção Científica do IFPR – Campus Curitiba), e possivelmente buscará outras oportunidades para publicar os resultados que forem alcançados até o fim do projeto.

De acordo com a estudante, participar do evento foi uma experiência muito positiva e que alargou seus horizontes em relação as possibilidades de estudo e de continuidade das pesquisas ao longo da sua formação:

“Participar do evento foi incrível. Eu nunca havia pensado na possibilidade de participar de algum evento científico ainda no Ensino Médio. Lá pude conhecer vários profissionais da área de História que me motivaram bastante a seguir nesse caminho. Presenciei apresentações culturais, mesas de debate e palestras de diversos profissionais nacionais e estrangeiros que me fizeram enxergar mais uma vez a variedade de temas interessantes a serem abordados na história. Ter a possibilidade de apresentar uma pesquisa de autoria minha pela primeira vez e num evento internacional não tem preço. Participar de um evento de educação histórica ampliou totalmente a minha visão sobre a história e as formas de nos relacionarmos com ela. Reforço a importância da criação e participação de eventos científicos na formação básica como engrandecedoras intelectualmente e socialmente para qualquer pessoa. Me senti motivada a continuar estudando e fazendo ciência. (Bruna Santana Pasda, 2022)

Os professores registraram o agradecimento ao IFPR (Campus Curitiba), assim como ao CNPq pelo apoio e incentivo para a participação no evento, assim como lamentaram os cortes de verbas na educação, pois isso vem impedindo que mais estudantes possam participar de projetos, receberem bolsas de pesquisa, extensão e inclusão social: “a cada corte de verbas para educação no governo federal, nós sentimos no chão da sala de aula, com a redução de incentivo a projetos que poderiam envolver e contribuir com uma formação ampla de um maior número de estudantes”, comentaram os professores.

Texto: Equipe do Projeto de Pesquisa