Estudantes do Campus Paranaguá relatam experiência no Ciência sem Fronteiras
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Uma experiência única na vida de um jovem estudante, uma bagagem extraordinária para carregar pela vida. Assim é o programa Ciência sem Fronteiras, que prevê a utilização de até 101 mil bolsas de estudos em quatro anos para promover o intercâmbio de alunos de graduação e de pós-graduação para estágio no exterior. Duas delas foram destinadas aos estudantes Lauren Carvalho e Rafael Reges, do curso de Tecnologia em Manutenção Industrial do Campus Paranaguá, que passaram um ano e meio no Durham College, em Oshawa, Toronto, no Canadá.
O intercâmbio dos estudantes teve início em 2014. O primeiro a chegar em território canadense foi Rafael, no mês de março. Lauren foi logo em seguida, no mês de abril do mesmo ano. Ambos retornaram no segundo semestre letivo de 2015, no meses de agosto e outubro, respectivamente.
Para participar do programa, os alunos são avaliados pelo conceito TOEFL, não podem ter pendências em suas atividades de ensino e ainda têm de assinar contrato comprometendo-se a se manter no Brasil por determinado tempo após o retorno, para que os conhecimentos adquiridos fora do país sejam compartilhados com outros estudantes e aplicados em projetos nacionais.
Lauren, que já havia participado do Projeto Rondon em 2013 no Sertão Alagoano, fez estágio como projetista em empresa de robótica: “Nunca tinha nem sonhado com isso, me inscrevi no programa por farra, e tudo deu certo”, afirma. Ela explica ainda que uma das dificuldades iniciais foi o estranhamento com seu biotipo, porém os estereótipos foram logo superados.
A exigência para os alunos estrangeiros era a mesma, afirmam os estudantes
No Canadá, os discentes passaram por fase de adaptação no Durham College, cursando seis meses de aulas de inglês, de manhã e à tarde. Era proibido falar português, o que facilitou a criação de vínculos com os colegas de turma. Somente depois desse período, puderam complementar com as disciplinas de engenharia mecânica do último ano.
Rafael, que estagiou por três meses em uma multinacional, adquiriu conhecimentos sobre a manutenção de motores eletromagnéticos para resfriamento do metal e saiu com carta de recomendação de seu superior na empresa. Ele comenta que, no início, não foi fácil, principalmente com relação ao inverno rigoroso e à adaptação com o idioma, mas “a emoção de estar lá era maior do que qualquer outro sentimento”. Rafael explica que o programa Ciência sem Fronteiras foi a “melhor experiência de sua vida, porque trouxe uma bagagem cultural, profissional e pessoal.”
Os estudantes ressaltam que precisaram desenvolver grande autonomia para os estudos, já que cada turma era composta por oitenta alunos do mundo inteiro, e que foi fundamental a dedicação e o incentivo dos professores. Eles aproveitaram para cursar disciplinas que faziam parte da grade curricular no Brasil e outras para expandir o conhecimento: “nunca fomos tratados como alunos incapazes ou com dificuldades por sermos estrangeiros; pelo contrário, tivemos as mesmas exigências dos alunos de lá”, relata Rafael.
A estrutura do Durham College em Oshawa deixou os estudantes paranaenses impressionados. “Tínhamos acessos a médico dentro do campus, farmácia, academia, existiam dois dormitórios, restaurantes, uma mega biblioteca, vários laboratórios, cafeterias, praça de alimentação, ginásio de esporte, ringue de patinação, entre muitas outras atividades disponíveis”, relatam.
Aprendizado para além da academia
Lauren e Rafael realizaram projeto em CAD desenhando e montando uma guitarra em software, obtendo ótima nota e elogios do professor responsável. Juntamente com outros brasileiros, desenvolveram vídeo explicativo sobre a transferência de dados entre um computador e uma máquina CNC, que foi eleito o melhor trabalho da sala. Várias oportunidades surgiram no tempo em que estiveram no Canadá. Um exemplo foi a participação como voluntários dos Jogos Pan Americanos de 2015. Além de conhecerem lugares e paisagens antes inimagináveis, terem contato com o povo canadense que os acolheu com educação e gentileza, também ficaram dois meses nos Estados Unidos da América.
A socialização cultural foi lembrada por Lauren como a maior aprendizagem, já que tinham contato com alunos de várias culturas. “Eram feitas festas temáticas, para que cada aluno estrangeiro mostrasse um pouco da sua cultura e até mesmo a sua culinária, o que nos fazia sentir um pouco mais conhecedor do mundo”, exemplifica.
De volta a Paranaguá, Lauren corre com a rotina dos estudos, pois se forma no final de 2016, e Rafael deixa clara a felicidade de ter conhecido, através do IFPR, o Ciência sem Fronteiras. “É muito mais do que um programa de extensão, ou um programa que leva pessoas pra fora do país. É uma faculdade de vida, o aprendizado longe da família, é seu crescimento pessoal e intelectual, é uma forma de capacitação e de moldagem para experiências que jamais seríamos capazes de imaginar que um dia iríamos viver”.
O Programa Ciência sem Fronteiras disponibilizou aos alunos, durante esse período, 22 mil dólares, além do custeio de passagens, estada inicial e um computador para uso pessoal. Confira aqui a reportagem do programa Voz do Litoral, da TVCi, sobre nossos estudantes!
Notícia publicada na página do Campus Paranaguá.