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O Instituto Federal do Paraná atingiu a marca de mil professores efetivos em seu quadro de servidores, poucos meses após completar sete anos de criação. O número foi registrado entre a segunda quinzena de março e o início do mês de abril, com a nomeação de aprovados nos concursos públicos promovidos pelo IFPR ‒ o mais recente abriu 143 vagas para docentes nos campi e campi avançados da instituição.
Quando iniciou suas atividades, em 2009, a instituição já contava com um corpo docente de 118 professores, que atuavam junto à Escola Técnica da UFPR, instituição que deu origem ao IFPR.
O primeiro grande aporte de novos professores se deu em 2010, quando 141 foram nomeados. No ano seguinte, 107 foram chamados a ingressar no quadro de servidores da instituição. Em 2012, foram 179 os novos professores. O ano de 2015, no entanto, foi o que registrou a maior entrada de novos docentes, com 261 nomeações, que vieram a suprir as necessidades das novas unidades do IFPR no estado.
Em 2016, até o mês de março, tinham sido 44 as nomeações. Com isso, o corpo docente era formado por 995 pessoas. Agora, no fim de abril, já são 1009 os servidores que ocupam os cargos de docentes no IFPR. Se você ingressou nesse período, saiba que há grandes chances de ser o milésimo professor em atividade na instituição.
Jovem, paranaense e qualificado
Dados da Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (Progepe) mostram que mais da metade dos professores do IFPR tem como estado de origem o Paraná e está na faixa dos 30 aos 40 anos. São 534 os professores nessa faixa etária, o que representa 54% do total. Outros 21% estão na faixa dos 40 aos 50, e 15% na faixa dos 25 aos 30 anos. Mas também apresenta extremos: atualmente, há dois professores abaixo dos 24 e dois na casa dos 70, segundo dados da Progepe.
Do total de professores, 65% são naturais do Paraná. Depois dos paranaenses, são os paulistas, gaúchos e catarinenses os mais representativos no quadro de servidores: 24%. É o caso da professora Ingrid Trioni Nunes Machado, natural de Itapeva, no interior do estado de São Paulo. Licenciada em Inglês e Bacharel em Tradução, Ingrid conta que, a princípio, não pensava em atuar como docente. “Eu queria atuar como tradutora, mas durante o bacharelado fui me encantando pelo mundo da docência”, revela. Ingrid iniciou suas atividades no Campus Goioerê em fevereiro de 2016. “Antes de vir para o IFPR, eu já atuava como professora em outras instituições de ensino que também ofereciam educação profissional”, relata. A diferença, no entanto, está nas possibilidades que o IFPR oferece. “Fiquei encantada com a liberdade que o IFPR oferece para que desenvolvamos projetos dentro e fora da sala de aula com os estudantes”, explica.
Outra característica importante diz respeito à qualificação dos servidores que compõem o corpo docente do IFPR: 557 são mestres e outros 197 são doutores, o que significa que 76% possui pós-graduação em nível stricto sensu. Destes, 126 galgaram um novo nível de pós-graduação enquanto estavam no IFPR.
Atualmente, são 100 os docentes afastados para realização de pós-graduação stricto sensu em todas as unidades. “Nosso corpo docente é altamente qualificado e buscamos, sempre que possível, valorizar os esforços dos professores que buscam dar continuidade à sua vida acadêmica”, ressalta o Pró-Reitor de Gestão de Pessoas, Valdinei Henrique da Costa.
Futuro
Entre os recém-chegados ao IFPR, é comum o fato de já possuírem experiência na docência e também de divirem a expectativa de desenvolver novos projetos no âmbito do campus – e dar continuidade à própria carreira acadêmica.
Gustavo Leoni Bordin, que entrou em exercício em fevereiro no Campus Pitanga, conta que já na graduação em Filosofia almejava trabalhar como docente, mas não levava em conta atuar na Educação Profissional. “Talvez porque fui influenciado pela falsa ideia de que a Educação Profissional e Tecnológica deve priorizar uma formação técnica e repetitiva, voltada apenas para a produção, aparentemente sem lugar para a reflexão e o questionamento. De fato, fiquei muito satisfeito quando encontrei pessoas pensando a Educação Profissional e Tecnológica, recusando ver o aluno apenas como um mero dado estatístico. Acho que a Filosofia pode contribuir para humanizar cada vez mais esses alunos, além de combater a visão muito difundida de que a Educação Profissional e Tecnológica deve apenas capacitar mão de obra”, afirma.
Gustavo está ligado ao Curso Técnico em Cooperativismo na forma de oferta integrada ao Ensino Médio. Antes de ingressar no IFPR, lecionava em instituições de Ensino Básico e faculdades particulares na região de Maringá. Graduado pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e mestre em Filosofia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), atualmente cursa doutorado em Filosofia na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e traça grandes planos para o futuro do campus. “Penso que seria interessante contribuir para que o Campus Pitanga oferte, num futuro próximo, curso de Graduação e Pós-Graduação”, conta.
No Campus Palmas, a professora Lualis Edi de Davi iniciou sua trajetória como professora efetiva no IFPR em março. Graduada em Farmácia pela Universidade Estadual do Centro Oeste (Unicentro), de Guarapuava, e com mestrado nessa mesma instituição, ela conta que o interesse pela docência nasceu durante a graduação, ao atuar em projetos de pesquisa acadêmica. “Foi na graduação que nasceu o interesse por pesquisa e, consequentemente, por ensino. Este, no entanto, só foi testado em 2014, quando ingressei na carreira acadêmica em uma instituição particular com a finalidade de realmente provar ser a docência a minha real vocação. Após estar realizada com a vida no ensino superior, busquei novos desafios e, nesse tempo, surgiu a possibilidade das vagas em Farmácia no IFPR. Foi difícil conciliar trabalho e estudos para alcançar as diferentes etapas do processo, mas, como o campus fica próximo à minha cidade natal, a vontade de atuar cresceu ainda mais”. Para o futuro, ela sonha em se aperfeiçoar na área da didática e da pesquisa.
Para a professora Ester Cristina Back Schulz, o ingresso no Campus Paranavaí, em fevereiro, marcou o início de uma nova etapa em sua trajetória de 20 anos na docência. Licenciada em Música pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) e com mestrado em Turismo e Hotelaria pela Univali, de Itajaí (SC), já atuou como docente em diversas instituições de ensino e também em oficinas de artes no município. “A vida inteira fui professora”, revela.
Natural de Paranavaí, acompanhou de perto a criação e consolidação do campus do IFPR no município e viu no concurso público a oportunidade de contribuir para o desenvolvimento da educação no local. “Conheço quais são as demandas da região nessa área e fico feliz de encontrar aqui alguns dos meus antigos alunos. Me identifico com a missão da instituição”. Para o futuro, Ester afirma que pretende dar continuidade à sua carreira acadêmica, com ingresso em curso de doutorado, e também desenvolver atividades que vão além da sala de aula, como cursos de extensão. “Quero contribuir com o IFPR”, conclui.