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Mulheres e jovens são maioria nos cursos técnicos de Pesca e Aquicultura

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Mais da metade dos 2 mil alunos dos cursos técnicos de Pesca e Aquicultura do Instituto Federal do Paraná (IFPR) são mulheres, 67% e 58% respectivamente, de acordo com a pesquisa desenvolvida pelo IFPR por meio do núcleo de Educação a Distância (EaD). A pesquisa também revela que aproximadamente 35% dos estudantes são jovens com menos de 25 anos. Os dois cursos são ministrados na modalidade a distância e atingem comunidades de pescadores em 50 municípios brasileiros.

Esses dados foram apresentados à Erika Picinin Fernandez, assessora técnica do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), que esteve visitando esta semana as instalações do EaD, em Curitiba. O professor Otávio Bezerra Sampaio, coordenador do projeto dos dois cursos, recebeu com satisfação os números da pesquisa que revelam o grande interesse dos jovens e mulheres na profissionalização e no crescimento da atividade pesqueira. “Isto mostra que esta atividade está em crescimento”, disse o coordenador. Para Sampaio, as propostas dos cursos contemplam a inclusão social, o desenvolvimento sustentável e segurança alimentar. “Creio que esses jovens e mulheres serão instrumentos para o desenvolvimento de suas comunidades, geralmente carentes, com a própria qualificação profissional e conseqüente elevação do nível de escolaridade”, disse o coordenador. Sampaio lembra que a pesquisa também aponta que cerca de 77% dos pais dos alunos possuem nenhuma escolaridade ou no máximo concluíram o ensino fundamental.

De acordo com Erika Picinin, o Ministério da Pesca e Aquicultura está desenvolvendo outras políticas de educação (Pescando Letras, Proeja e mini-bibliotecas) para melhorar o nível de escolaridade das famílias de pescadores, em paralelo com outras ações que envolvem também a inclusão digital por meio dos telecentros Maré – 331 espalhados pelo Brasil. “Os telecentros são ferramentas preciosas para a inclusão das famílias dos pecadores no processo educativo”, disse a assessora do MPA. “Nossos estudantes têm acesso gratuito ao ensino e recebem uma assistência estudantil de R$ 55 por mês, durante os 20 meses do curso”, acrescentou Adnilra Sandeski, coordenadora do curso técnico em Aquicultura.

“O setor pesqueiro carece de profissionais qualificados para o aproveitamento dessas potencialidades e desenvolvimento do setor. Para isso, estamos investindo nessas famílias, que soma mais de 1 milhão,e que já têm o sustento e renda obtido na pesca, porém de forma artesanal”, informou Otávio Bezerra.

Iguape

Bezerra explicou que os cursos são teóricos e práticos, com 720 horas dedicadas à prática profissional. “Em menos de um ano de funcionamento dos cursos, nossos estudantes já apresentam várias práticas profissionais de sucesso, a exemplo de Iguape (SP). Lá, os estudantes elaboraram um projeto para o setor pesqueiro, no valor de R$ 30 mil, e encaminharam para o MPA, que se mostrou interessado e está procurando meios para financiá-lo”, comentou Bezerra. “Outro exemplo é Maraú (BA), onde os estudantes desenvolveram com êxito um defumador artificial para pescados, com os próprios recursos deles”, disse o professor.

 

Dados das potencialidades do setor pesqueiro no Brasil

8.500 km de costa (orla marítima)

10 milhões de hectares de lâmina de águas continentais (rios, lagos, açudes, represas, etc)

Clima favorável

Grande quantidade de espécies aquáticas

Demandas crescentes (nacional e internacional)

Fonte: IFPR EaD