Projeto Luteria: a arte de fabricar instrumentos
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[Notícia publicada em 17 de outubro de 2016] Muito mais que um trabalho manual, a arte da Luteria diz respeito à construção e manutenção de instrumentos musicais, com foco em instrumentos de cordas feitos em madeira, artesanalmente. No Instituto Federal do Paraná, o Projeto Luteria é um projeto que abarca algumas fases. Está atualmente na primeira delas: a oferta do curso de fabricação de instrumentos musicais, curso de Formação Inicial e Continuada (FIC) modular oferecido pelo Campus Telêmaco Borba, que prepara estudantes para a fabricação e reparo de instrumentos musicais de percussão e corda.
A segunda fase do projeto prevê a criação de uma cooperativa para gerar renda para os participantes do curso. De acordo com o Coordenador do Projeto e professor do IFPR, Rafael Augusto Michelato, a segunda fase é extremamente importante visto que a seleção prioritária é para jovens de baixa renda, ou que participam dos programas sociais do governo federal.
O Projeto Luteria é fruto de uma parceria com a Organização Não Governamental Unicultura e com a Klabin S/A. Através de um convênio firmado entre o IFPR e a Unicultura, a ONG passou a oferecer insumos para o projeto e um luthier para orientar os estudantes do curso. Segundo Michelato, cursos de fabricação de instrumentos musicais são raríssimos no Brasil, “temos notícias de apenas dois cursos de nível técnico, um curso de nível tecnólogo, e o nosso que é FIC”, afirma.
Para as aulas de luteria, a Klabin realizou a doação do laboratório de fabricação de instrumentos musicais, que, de acordo com Rafael, “trata-se do laboratório mais completo do estado do Paraná.”
O projeto teve início em 2008 ainda na Universidade Federal do Paraná (UFPR), sendo transferido para o IFPR em 2012. Em 2013 foram iniciadas pesquisas para o aproveitamento do eucalipto para a fabricação de instrumentos integralmente, ou sua maior parte, confeccionados com esta matéria prima, para gerar maior valor agregado e aproveitamento do eucalipto – matéria prima abundante na região do município de Telêmaco Borba.
“A cidade de Telêmaco Borba, e região do Tibagi, é circundada por plantações infindáveis de pinus e eucalipto para alimentar as indústrias Klabin. O maior diferencial do nosso projeto ante aos demais é a utilização da madeira de eucalipto para a fabricação dos instrumentos,” ressalta o professor.
De acordo com Michelato, “há uma grande preocupação com as demandas produtivas secundárias, com os desdobramentos que são possíveis com as matérias primas disponíveis. O projeto oferece uma alternativa para diversificar o uso da madeira plantada na região, além de outras possibilidades formativas aos adolescentes em uma área com tanta escassez de mão de obra.”
Por sua inovação, o Projeto Luteria foi premiado no Ministério da Cultura pelo Plano Brasil Criativo (economia criativa) e no Seminário de Inovação Tecnológica dos Institutos Federais, realizado em São Luiz do Maranhão em 2013, além da participação no encontro Nacional de Educação Empreendedora, realizado em Brasília em 2012.
Segundo Michelato, “as participações nesses eventos reafirmam a importância dos Institutos Federais e dão uma mostra de que no IFPR se faz inovação tecnológica preocupada com a inclusão social e produtiva dos estudantes envolvidos em nossas atividades,” conclui.
Saiba mais
O termo Luthier se refere à palavra francesa luth (liuto em italiano), por isso os construtores de luth (alaúde) eram chamados de luthiers. Com a evolução dos instrumentos, os luthiers passaram a construir também violões, violinos, violas e, mais recentemente, guitarras e baixos elétricos. Assim a palavra acabou adquirindo um significado genérico. Atualmente é aceito o uso da palavra luthier na construção de sopros em madeira e cravos.
Para mais informações, acesse a página do Campus Telêmaco Borba.