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O Campus Paranaguá do Instituto Federal do Paraná (IFPR) teve dois projetos classificados na etapa regional do Prêmio Técnico Empreendedor. A inovação e preocupação ambiental são características presentes nos dois trabalhos, que aguardam agora o resultado da classificação nacional, prevista para o dia 16 de novembro. Pela classificação regional, cada projeto recebe R$ 2 mil e uma viagem à Brasília para a entrega do prêmio.
O projeto Projeto Selo Azul Marinho (SEA) – Implantação de Mecanismos de Certificação aos Produtos da Pesca Artesanal do Litoral Paranaense: Pescando Renda, Qualidade e Sustentabilidade do Mar Brasileiro – foi apresentado na categoria “Inclusão Social” e tem o objetivo de melhorar as condições socioambientais da pesca artesanal. A ideia do projeto é certificar, com o Selo Azul Marinho, pescadores do litoral que adotem práticas responsáveis e ambientalmente corretas.
Segundo a estudante do curso Técnico em Aquicultura, Giulia Helena Martins Pereira, integrante do Projeto, a certificação vai agregar valor ao pescado, gerando aumento de renda para os pescadores. “O Projeto é uma readequação de práticas tradicionais da pesca artesanal. O trabalho prevê que o pescador se envolva em projetos como a maricultura, com o cultivo do mexilhão, por exemplo, além de observar cuidados com o manuseio, conservação e apresentação do pescado”, explica.
O Projeto Selo Azul Marinho foi desenvolvido a partir da experiência da equipe de Aquicultura com a execução de outros projetos junto ao público-alvo, em que se constatou as precárias condições de comercialização de pescados e a concorrência desleal com produtos importados e industrializados na cidade de Pontal do Paraná. Para adquirir o Selo Azul Marinho, os pescadores terão que se adequar a cinco itens previstos pelo Projeto: boas práticas com o pescado; pesca responsável; gerenciamento de resíduos; boas práticas ambientais e atividade sustentável.
Para os estudantes envolvidos, o desenvolvimento do Projeto agregou novos conhecimentos. “Eu sabia que tínhamos condições, que o trabalho é inovador, mas fiquei surpresa com o resultado”, declarou a aluna Nicole Centurion. “Foi uma experiência nova; com o apoio dos professores, pude aprender muito sobre a certificação, fizemos um intenso trabalho de pesquisa junto aos pescadores”, conta a estudante Giulia Helena Martins Pereira.
Já o Projeto o Uso do Tijolo Ecológico no Município de Paranaguá apostou na criação de uma mini-indústria, no distrito de Alexandra, para a produção e comercialização de um novo tipo de tijolo: o ecológico. A proposta surgiu pela inexistência de projetos similares na região litorânea, onde o há espaço e condições para a implantação do negócio.
Para o professor coordenador do Projeto, Marluz Fernando Jönsson, se a iniciativa for colocada em prática, os resultados certamente beneficiarão todo o litoral. “O Projeto é uma alternativa ao tijolo comum, nosso produto tem um custo menor de produção, é mais barato, em virtude do formato, que tem um encaixe diferenciado, a colocação também é mais fácil e rápida”, explica. Uma obra que utilize corretamente o novo material pode ter uma redução de 30% no custo total do empreendimento.
Segundo o professor, a produção do tijolo é ecológica porque a composição do material utiliza menos argila e mais concreto. “Não há queima do barro, emissão de gases e poluentes como no tijolo convencional”.
O Projeto também demonstra os benefícios em termos de qualidade de vida, já que o litoral paranaense se destaca como a região brasileira que apresenta os maiores índices de pessoas com problemas respiratórios no país. “O tijolo reduz a umidade do ar dentro das residências”, explica o professor. “O desenho do material permite a canalização do fluxo de ar de baixo para cima, proporcionando conforto térmico e acústico e eliminando a umidade”, diz.
Para a aluna Lilian Ayumi Seino, participar da elaboração do Projeto possibilitou a visão do todo. “A gente trabalha com processo completo, desde a matéria prima, passando pela instalação da microempresa até a venda final, em que aprendemos sobre o marketing do produto”, destaca. Lilian e os outros três integrantes do Projeto vão receber R$ 2 mil como premiação. “O trabalho foi feito com apoio de toda a turma, por isso, decidimos destinar o prêmio para a comissão de formatura”, conta. Os alunos concluem o curso este ano e com o reforço financeiro conquistado com o projeto programam uma viagem para conhecer a cidade de Lages, em Santa Catarina.
Veja a seguir todos os premiados do Campus Paranaguá:
Projeto Selo Azul Marinho (SEA): Alunos Giulia Helena Martins Pereira, Nicole Centurion e Gabriella da Cruz Ruppert sob a orientação do professor Cláudio Dybas da Natividade.
Projeto Uso do Tijolo Ecológico: Alunos Eduardo Ramos Maciel, Lilian Ayumi Seino e Rafaela Sezerino sob a orientação do professor Marluz Fernando Jonsson
O Prêmio
O Prêmio Técnico Empreendedor é realizado pelo Sebrae em parceria com o Ministério da Educação e Ministério da Agricultura, Agropecuária e Abastecimento. Participaram alunos dos cursos técnicos e tecnológicos de nível médio e superior das Instituições Públicas de Educação Profissional e Tecnológica (IPEPT). O Prêmio busca estimular e despertar o espírito empreendedor dos alunos e premia os projetos que reúnem as melhores ideias de negócios que possam contribuir para o desenvolvimento socioeconômico de suas comunidades.
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