Seminários propostos pela Proepi sobre projetos do IFPR estimulam integração entre câmpus e reitoria – Instituto Federal do Paraná

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Seminários propostos pela Proepi sobre projetos do IFPR estimulam integração entre câmpus e reitoria

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Na quarta-feira (8), a Pró-Reitoria de Extensão, Pesquisa e Inovação (Proepi) recebeu o professor Edilson Aparecido Chaves e a estudante Juliana de Andrade Vieira, do Câmpus Curitiba, que vieram participar de um seminário com os servidores da Reitoria. Ambos apresentaram algumas das atividades desenvolvidas no âmbito da disciplina de História e do projeto de pesquisa coordenado pelo professor.

A conversa, no formato de um seminário informal, é uma iniciativa da Proepi que visa trazer periodicamente à Reitoria do IFPR professores e estudantes para apresentarem seus projetos de pesquisa e extensão e também atividades pedagógicas que colocam em prática.

“É uma ação que permite a aproximação entre os professores e estudantes que desenvolvem atividades de pesquisa e extensão e os servidores da Reitoria, que muitas vezes estão diretamente ligados ao projeto – são as pessoas que tratam dos editais de seleção ou realizam o pagamento da bolsa”, explica o Pró-Reitor de Extensão, Pesquisa e Inovação, professor Ezequiel Burkarter.

Esta é a segunda vez que a Proepi realiza a atividade, e novos encontros, envolvendo servidores de diferentes câmpus, já estão sendo planejados.

Chaves apresentou sua trajetória acadêmica, dedicada a estudar a música caipira como instrumento pedagógico. Ao ingressar no IF, passou a usar seu objeto de pesquisa para a discussão de temas históricos e sociais em sala de aula. Uma música em especial, que narrava a história de vida e a morte de Ana Rosa, uma mulher que se tornaria uma espécie de santa popular, acabou levando à atividade que ganhou repercussão nacional em 2014: a análise das lápides tumulares como registros sociais e históricos no cemitério São Vicente de Paula, o mais antigo do município. O professor conta que a atividade empolgou os estudantes e extrapolou os limites da matéria de História. “Professores de outras disciplinas, como sociologia e licenciatura, foram convidados a participar, para dar conta de auxiliar a responder aos questionamentos dos estudantes, como o fato de o cemitério estar dividido em classes sociais, ou entender o que poderiam significar símbolos presentes nos túmulos”, relata.

A atividade ganhou notoriedade ao ser tema de reportagem exibida em canal de abrangência internacional de televisão. Depois disso, foi tema de outras reportagens em veículos estaduais. Do ponto de vista do ensino, destacou-se não apenas pelo tema e ambiente curiosos em que se desenvolveu, mas também por exigir que os estudantes conduzissem suas análises sobre o ambiente no formato de uma investigação científica. O resultado se revela hoje, quando esses estudantes já estão no Ensino Superior. “Eles já chegam preparados para o desenvolvimento de pesquisas científicas no Ensino Superior, e acabam se destacando, como aconteceu com alguns desses estudantes, que hoje estão em cursos como História e Administração da Universidade Federal”, afirma o professor.

Documentos encontrados no antigo prédio da Mate Real são objeto de nova pesquisa

A mais nova iniciativa conduzida pelo professor Edilson é o projeto de pesquisa “O que é isso? É um monte de papel velho – ressignificação de fontes por jovens estudantes em aulas de história”. O projeto tem por objetivo a análise e a conservação de documentos de diferentes naturezas – livros-caixa, registros profissionais, plantas baixas e até mesmo cartas pessoais – deixados pelos antigos donos em uma das salas do prédio onde funcionava a empresa Mate Real, imóvel localizado ao lado das instalações do Câmpus Curitiba, adquirido pelo IFPR.

Os documentos foram encontrados dentro de um grande cofre pela equipe responsável pela reforma do local. A Pró-Reitoria de Administração (Proad) entrou em contato com a equipe de professores do Câmpus Curitiba, buscando saber se a pilha de papel poderia ter algum tipo de interesse pedagógico. Chaves decidiu se responsabilizar pelos documentos, que por pouco não foram descartados, considerados lixo.

Iniciou-se, então, um projeto de pesquisa que tinha por objetivo primeiramente classificar a papelada. O projeto iniciou com 1 estudante bolsista, número que foi ampliado para 10, que se dedicaram a separar os documentos por década. “Encontramos documentos que remontam ao final do século XIX e que nos ajudam a entender muito do contexto industrial e também social da Curitiba dessa época”, ressalta a bolsista Juliana, estudante do Curso Técnico em Edificações Subsequente, que hoje dedica-se a estudar os documentos que revelam aspectos da urbanização da área onde se localiza o Câmpus Curitiba. “O bairro Rebouças foi planejado para ser um setor industrial da cidade, por isso a presença da linha férrea nessa região”, explica.

Os estudantes que atuam no projeto de pesquisa passaram por cursos de formação no Arquivo Público do Paraná, onde aprenderam as corretas técnicas de manuseio, limpeza e arquivamento desses documentos. Neste ano, vão participar de um curso sobre a digitalização desses registros. “Pesquisas que trabalham com fontes primárias, como esses documentos, são muito valorizadas no mundo todo. É uma grande oportunidade para os nossos estudantes, ainda no Ensino Médio, terem esse tipo de experiência”, destaca o professor Chaves.

Os próximos passos da pesquisa são a construção de um ambiente virtual onde esses documentos possam ser consultados e também a oferta de oficinas de conservação de documentos históricos para professores e estudantes dos colégios estaduais e municipais de Curitiba.]]>

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