Servidora do IFPR é medalhista na Surdolimpíada com a seleção brasileira
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A servidora do IFPR Josiane Poleski foi medalhista de bronze nos 23º Jogos Surdolímpicos de Verão com a Seleção Brasileira de Futebol Feminina de Surdas. Em sua 23ª edição, a competição foi realizada neste mês de julho em Samsun, norte da Turquia.
Para o esporte brasileiro, o resultado foi histórico, por duas razões. Esta é a primeira medalha surdolímpica conquistada por mulheres brasileiras e também é a primeira medalha surdolímpica obtida por atletas brasileiros em esporte coletivo.
Para as atletas, o bom resultado teve um aspecto de superação pessoal, uma vez que a maioria, até o ano passado, praticava futsal. “A conquista de bronze da Seleção foi algo inesperado e incrível, já que é muito difícil para as meninas se adaptarem, em tempo curto, aos gramados após anos jogando em piso de salão”, explica Josiane, que trabalha em Curitiba, na Pró-Reitoria de Extensão, Pesquisa e Inovação (Proepi).
“Das 18 atletas, dez fazem parte da seleção que conquistou o vice-campeonato mundial de futsal de 2015, na Tailândia, que também foi a primeira conquista mundial brasileira em esporte coletivo de surdos”, lembra.
Segundo Josiane, a união e a concentração do time foram fundamentais para a conquista do bronze. “O desafio foi grande, pois nunca havíamos jogado uma competição oficial de futebol, com apenas três substituições e com mais de 90 minutos de duração de jogo; além disto, a equipe foi montada há menos de um ano e meio”, afirma, comentando que o bronze, para elas, tem sabor de ouro.
Mesmo com dificuldades financeiras, Josiane conta que as atletas e a comissão técnica têm, entre os seus objetivos, o de participar de outras competições. “Precisamos de mais apoios e colaborações para manter o futebol/futsal de surdos ativamente”, diz.
Neste ano, a equipe teve o apoio do Ministério do Esporte e da Secretaria de Esporte do Governo de Brasília.
Para a chefe de Delegação Surdolímpica do Brasil, Mariana Hora, esse apoio foi crucial. “Se não houvesse o patrocínio do Ministério do Esporte para as passagens aéreas elas precisariam pagar mais R$ 8 mil a R$ 12 mil, cada uma, para competir, o que seria difícil demais”, comentou, em uma rede social, comemorando o resultado. “Quando conseguimos o patrocínio, elas foram umas das primeiras a demonstrar gratidão e respeito pelo trabalho da equipe de voluntários da CBDS, pois, por mais que esse patrocínio não seja completo, nós sabemos o quanto foi difícil e importante o que conseguimos”, disse.
Quadro de medalhas
No quadro de medalhas, o Brasil ficou em 28°, com cinco medalhas, sendo uma de ouro e quatro de bronze.
Participaram da competição atletas surdos de 97 países. A delegação brasileira foi composta por 140 pessoas, sendo 99 atletas, que competiram em 14 modalidades. No total, 3105 atletas surdos participaram dos jogos.
Surdolímpiada
Os surdos não participam dos Jogos Paralímpicos e têm uma competição específica, que é a Surdolimpíada (Deaflympics). https://deaflympics2017.org/en/home-page Existem ainda os jogos de verão e a edição com esportes de inverno.
De 1924 a 1965 o nome adotado foi o de “Jogos Internacionais Silenciosos” e de 1966 a 1999, “Jogos Mundiais Silenciosos”. Somente no ano 2000 a competição passou a se chamar “Surdolimpíadas” (Summer Deaflympics).
Com informações da Agência Brasil (EBC) e da Confederação Brasileira de Desportos de Surdos (CBDS).
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