Alunos do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas participaram de uma saída de campo no Bosque Uirapuru – Campus Umuarama

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Alunos do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas participaram de uma saída de campo no Bosque Uirapuru

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Os objetivos desta atividade foram: i) participar de uma atividade de controle epidemiológico, realizada pela equipe de vigilância em Saúde da Prefeitura Municipal de Umuarama, para controlar a infestação do caramujo africano (Achatina fulica); (ii) conhecer organismos pertencentes ao Filo Mollusca, parte do conteúdo da unidade curricular “Zoologia de invertebrados”; iii) perceber a importância de participar de atividades práticas. O trabalho de manejo do caramujo foi proposto pela Vigilância da Saúde da cidade de Umuarama – PR, no setor da Vigilância Ambiental, visando reduzir a infestação do Achatina fulica, principalmente através da sensibilização de toda a comunidade.
Segundo o chefe da Vigilância Sanitária, Flávio Posseti, são duas frentes de trabalho: a primeira etapa conta com o apoio de instituições parceiras, realizando a coleta do caramujo a cada dois meses nos locais onde ocorre maior infestação; a segunda etapa conta com as atividades de rotina da vigilância sanitária que se responsabilizará em recolher esses moluscos em pontos de coleta, contando com o apoio da comunidade local que estará preparada para contribuir com o extermínio desse animal. Todos os caramujos recolhidos serão encaminhados para o aterro sanitário, onde serão eliminados com segurança.

O Instituto Federal do Paraná (IFPR) tornou-se instituição parceira e abraçou a ideia. Estudantes da licenciatura em Ciências Biológicas compareceram no dia 10 de fevereiro de 2017 no Bosque Uirapuru para colaborar com a coleta do Achatina fulica, molusco oriundo da África, também conhecido como acatina, caracol-africano, caracol-gigante, caracol-gigante-africano, caramujo-gigante, caramujo-gigante-africano ou rainha-da-África.

Esse molusco univalve pode medir até 10 centímetros de comprimento e 20 de altura e pesar até 200 gramas. Possui uma concha escura, alongada e cônica, com manchas claras e borda cortante. O invasor, que chegou ao Brasil na década de 80, foi trazido da África e chegou ao Paraná de forma ilegal, na intenção de substituir o “escargot”, por possuir maior quantidade de massa. Porém, a espécie não agradou os consumidores, além de sua produção ser proibida pelo IBAMA. Diante dos fatos, os criadores do caramujo liberaram os moluscos na natureza, de forma irresponsável, causando a proliferação dos mesmos. O caramujo africano se adaptou bem ao ambiente, principalmente por não possuir predador natural no país e por possuir alta capacidade de procriação (em média 300 crias por ano). Atualmente é encontrado em 23 estados do Brasil, podendo destruir plantas nativas e cultivadas, além de causar competição com outras espécies animais. O que mais assusta a população é o fato de que esse caramujo pode ter como hospedeiro um verme, o Angiostrongylus cantonensis,causador de meningite eosinofílica ou angiostrongilíase cerebral, doença que já foi detectada em seis estados, nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste do Brasil.

Nesse sentido, estudantes, profissionais da saúde e a comunidade em geral, devem adotar medidas simples de prevenção, principalmente evitando o contato com o caramujo. A coleta deve ser feita com a utilização de luvas ou sacos plásticos para proteção das mãos e os caramujos devem ser encaminhados com segurança para a Vigilância Sanitária.

Esta atividade foi uma excelente oportunidade para o aluno do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas vivenciar uma atividade prática relacionada ao conhecimento de organismos pertencentes ao filo Mollusca, bem como compreender os diversos problemas ocasionados pela introdução de espécies exóticas invasoras no país.

Por: Dra Norma Barbado (coordenadora da Licenciatura em Ciências Biológicas) e Dra Patrícia Pereira Gomes (docente de Biologia)

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