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A 1ª Fase do Programa “FiTT – Finnish Train the Trainers”, na Finlândia terá uma representante do IFPR: a professora Maristella Gabardo, que leciona Língua Espanhola no Campus Curitiba. Ela foi indicada pela University of Applied Sciences (Tamk) e selecionada pela Setec.
A universidade finlandesa selecionou dez melhores alunos dos países participantes, sendo que a docente paranaense ficou em primeiro lugar.
De acordo com Maristella, “na primeira parte do programa FiTT e Formação Continuada do VET – Professores para o Futuro, os docentes selecionados foram capacitados para aplicar as metodologias ativas (student centered methodologies) em nossas salas de aula, em contextos específicos. Agora, após dois anos de aplicação e resultados extremamente positivos, voltamos para aprender como capacitar outros professores. O que ensinar? Como ensiná-los? Como romper as barreiras que levam a maioria dos professores a preferirem ainda as metodologias centradas no professor do que as centradas no aluno? Como produzir um curso e materiais que auxiliem os professores que não tiveram a oportunidade de experienciar e viver tudo o que vivi, que os auxilie a entender as necessidades do século XX e fazer essa travessia?”
Segundo a professora, esse é um dos principais pontos de importância do programa, uma vez que quanto mais professores forem capacitados, mais será possível aplicar de forma coletiva essas mudanças e melhorar os pontos em que a educação ainda é tão deficitária: excesso de conteúdos e horas de aula, baixa autonomia dos estudantes, conteúdos isolados e fragmentados, falta de interesse em sala de aula, entre outros.
Maristella afirma que, “caso seja possível entender como a metodologia em sala de aula pode preparar melhor os jovens para o mundo do trabalho, trazendo profissionais mais críticos, autônomos, inovadores e seguros de si e perceber como essa mudança é possível, estaremos a um passo de conquistar uma educação de excelência para os Institutos Federais do Brasil inteiro,” conclui a professora.
O Programa FiTT, cuja previsão de início é em agosto deste ano, consiste em formar multiplicadores para a disseminação dos conhecimentos adquiridos para a Rede Federal e outras redes públicas de ensino, a partir de experiências internacionais exitosas em Educação Profissional e Tecnológica (EPT) apoiadas pela Setec, aliado às necessidades brasileiras por melhoria na atuação de professores e demais profissionais da EPT em ensino profissional, gestão, empreendedorismo e pesquisa aplicada.
O FiTT será executado em três Fases:
Fase 1: agosto e setembro de 2017. TAMK e HAMK treinarão 20 professores por um mês e transferirão suas metodologias e ferramentas educacionais, de modo a capacitá-los tanto para a formação de novos multiplicadores, quanto para a disseminação dos conhecimentos adquiridos.
Fase 2: de setembro de 2017 a setembro de 2018. Cada professor treinado na Fase 1 deverá se comprometer a capacitar pelo menos 25 professores da Rede Federal em curso semipresencial para a formação de novos multiplicadores, envolvendo principalmente os professores que participaram de experiências internacionais apoiadas pela Setec na Finlândia, Canadá e Reino Unido.
Este grupo de multiplicadores deverá construir um modelo para a Educação Profissional e Tecnológica brasileira, observando as reais necessidades brasileiras e as boas práticas internacionais em EPT, e elaborar cursos nas modalidades semipresencial e EaD.
Fase 3: a partir de março de 2018. Pelo menos 500 multiplicadores ofertarão cursos para profissionais da educação da Rede Federal e demais redes públicas a partir do modelo para a EPT construído na Fase 2.
Por que a Finlândia?
Na Finlândia, o ensino superior tem papel significativo na sociedade e no sistema nacional de inovação. O país conta ainda com um modelo de educação técnica que absorve cerca de 80% dos estudantes. No ensino médio, mais de 40% dos alunos optam pela modalidade integrada à educação profissional.
Os diplomas, tanto do ensino médio regular quanto do integrado à educação profissional, dão acesso a instituições de ensino superior. A formação dos professores baseia-se em pesquisa, com exigência de dissertação de mestrado. Além disso, há cursos sobre prática didática e pelo menos um ano de estágio docente em escola municipal ou de aplicação. (Fonte).
Com informações do Campus Curitiba do IFPR.
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