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A II Feira de Troca de Sementes Crioulas, que seria realizada no próximo sábado (28), no município de Ortigueira, foi adiada para o dia 20 de outubro de 2012, conforme decisão da prefeitura municipal em cumprimento à Lei Eleitoral 9504/97, que proíbe o uso de transporte público e cessão de espaços para eventos durante período eleitoral. O evento é promovido pelo Câmpus Telêmado Borba, através do curso Técnico em Agroecologia, em parceria com a Prefeitura Municipal e outras entidades.
Em sua primeira edição, em julho de 2011, o evento contou com a participação de mais de 250 pessoas, entre produtores, estudantes, professores e autoridades. Neste ano, a manutenção da parceria entre o Curso Técnico de Agroecologia do Instituto Federal do Paraná, Prefeitura, Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ortigueira e Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra permite a realização da nova edição da Feira.
As sementes crioulas são aquelas que não sofreram alteração genética ou transgenia. Elas são encontradas na agricultura familiar, passadas de geração pra geração. A intenção do evento é de valorizar o cultivo destas sementes, estimulando o potencial agrícola do município. Além disso, a Feira visa proporcionar o resgate, a valorização e a manutenção da diversidade agroecológica e sociocultural das comunidades e populações tradicionais da região.
Para a comunidade, grupos e movimentos sociais, organizar a Feira Troca de sementes crioulas é fundamental para fortalecer a produção, construir autonomia e distribuir sementes. Segundo o professor do IFPR, João Luis Dremiski, “para manter a qualidade e a saúde das sementes precisamos ampliar nosso conhecimento técnico, observar nossas lavouras, registrar informações e partilhar as experiências e os conhecimentos. Semente crioula é legal, e as nossas leis agora reconhecem que camponeses e camponesas possam plantar e produzir sua semente crioula, fazer seu financiamento e possibilitar que mais pessoas tenham acesso a esse maravilhoso material genético”, afirma. Outro benefício relacionado ao evento está na diversificação da produção. “Nós temos a ideia de fazer uma feira dessas todo ano, na época em que o produtor já possa iniciar o plantio, logo após o período das geadas. A rotina do produtor muda e ele pode ter um número maior de plantas em sua propriedade, passando de dois ou três tipos de alimentos para até 20 ou 30 tipos”.