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Em janeiro, o Campus Foz do Iguaçu concluiu um processo de contratação até então inédito no IFPR, de profissional responsável técnico para atuar junto ao Biotério do campus.
O processo foi iniciado em agosto de 2020, após ser identificada a necessidade do campus ter em seu quadro funcional um médico veterinário para atender ao setor. Essa é uma exigência do Conselho Regional de Medicina Veterinária, que estabelece, entre outras coisas, um limite de 300 quilômetros para o atendimento das unidades pelo profissional.
Dar início e andamento ao processo de contratação envolveu um esforço conjunto da equipe administrativa e acadêmica do campus, e também da Pró-Reitoria de Extensão, Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação (Proeppi), que orientou a unidade durante todo o processo.
“No campus, o processo envolveu diferentes setores, como a Diretoria de Desenvolvimento de Pessoas e membros do corpo docente. Foi preciso preparar um termo de referência e um estudo preliminar, onde constavam as atribuições do cargo. Depois, conseguir os orçamentos junto às empresas e profissionais aptos a prestar o serviço. Pelo valor da contratação, percebemos que ela poderia se dar por dispensa de licitação”, explica a Diretora de Planejamento e Administração do campus, Monice M. de Freitas Aquino.
Mais do que um processo licitatório para a aquisição de um bem com características específicas, a contratação de um responsável técnico é também um processo de recrutamento. Além da apresentação de um orçamento — um dos critérios de seleção foi o valor cobrado por seis horas semanais de trabalho —, os interessados foram convidados a conhecer o campus e a natureza da função antes de se encerrar a seleção e contratação.
“Tivemos que descobrir como contratar esse serviço. Não é simplesmente buscar um orçamento. Aqui em Foz, ninguém tinha ouvido falar nisso. Os profissionais que se candidataram também avaliaram muito a questão da responsabilidade técnica, que recai sobre o profissional”, relata o diretor-geral do Campus Foz do Iguaçu, Anderson Coldebella.
De acordo com o diretor-geral, a contratação foi um passo importante para que o IFPR se estabeleça na área de pesquisa com animais. “A Comissão de Ética no Uso de Animais [CEUA] exige que qualquer experimento com o uso de animais apresente um parecer de um Médico Veterinário. Agora, o Campus Foz do Iguaçu encontra-se legalizado para a produção de peixes a nível didático, apto a emitir as Guias de Transporte, que permite ações como a compra de alevinos e a doação de animais a outros órgãos, e à colaboração com outras instituições”
No Campus Foz do Iguaçu, o Biotério — local em que se conservam animais em condições adequadas à utilização em experimentos científicos — é um setor interdisciplinar, que atende os cursos de Aquicultura, Meio Ambiente, Gastronomia e até mesmo disciplinas, como Biologia, ou projetos de Extensão, Pesquisa e Inovação.
Atualmente, peixes e rãs são mantidos no Biotério do Campus Foz do Iguaçu, característica que foi levada em conta na hora de contratar um profissional que tivesse conhecimento dessas espécies. “Os professores da área técnica se reuniram para determinar o estudo técnico, adaptado às espécies que temos aqui no campus”, relata o professor Bruno Estevão de Souza, coordenador do curso do curso de Engenharia de Aquicultura e do Biotério.
O Campus Foz do Iguaçu, um dos mais antigos da instituição, tem grande produção científica, que é amplamente beneficiada pelo Biotério. De acordo com o professor Bruno, a adequação do Biotério do Campus Foz do Iguaçu permite que a instituição possa continuar a estabelecer cooperação com outras instituições de ensino e pesquisa.
A responsável técnica contratada, a médica veterinária Naeli Dalpiaz, vai desempenhar um papel de fiscalização e orientação. Cabe à profissional cuidar do bem-estar dos animais que vivem no Biotério, mantendo-os saudáveis para o uso nos experimentos científicos.
“Agora na pandemia, a responsável técnica faz um trabalho de manutenção, e nos indica quando algum manejo ou estrutura que precisa de adequação. O papel da profissional é promover o bem-estar dos animais, para que estejam em boas condições para uso nas aulas e pesquisas”, explica Bruno sobre as atividades da responsável técnica.