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O Ministério da Educação (MEC) tem como meta desenvolver, até 2014, cursos técnicos binacionais em institutos federais de 11 estados fronteiriços, entre eles, Paraná, Rio Grande do Sul, e Santa Catarina. As metodologias estão sendo debatidas no 2º Encontro do Projeto “Institutos Federais na Fronteira”, organizado pelo MEC, em Foz do Iguaçu. O evento, aberto na terça (18) segue até esta quinta-feira (20), no Hotel Carimã.
Além de diretores das instituições brasileiras, participam dos debates representantes dos Ministérios da Educação e Escolas Técnicas da Argentina, Paraguai e Uruguai.
O objetivo é oferecer educação profissional e tecnológica à população das cidades fronteiriças, como forma de promover o desenvolvimento local de maneira sustentável, contribuir para a diminuição dos problemas sociais da região e incentivar a integração do Brasil com os demais países da América do Sul. “Esse encontro visa conhecer os projetos pedagógicos dos institutos dos países vizinhos, definir as metodologias e construir um modelo semelhante de cursos técnicos”, disse Rodrigo Torres (MEC), coordenador do projeto pelo.
Piloto
O diretor do Câmpus Foz do Iguaçu do IFPR), Luiz Carlos Eckstein, disse que o câmpus é um exemplo positivo do projeto. “Ainda não temos turmas destinadas a alunos estrangeiros, mas temos jovens paraguaios estudando no instituto”, explicou.
O paraguaio Pablo Gabriel Benitez é um deles. Atravessa todos os dias a Ponte da Amizade para estudar Aquicultura no IFPR de Foz. “No Paraguai não tem esse curso. No IFPR vi a possibilidade de uma nova profissão. Idioma e diferenças culturais não foram empecilhos. Estou muito satisfeito”, contou.
O projeto piloto oficial do MEC foi desenvolvido no Instituto Federal do Sul, em Livramento, no Rio Grande do Sul, e na Universidad del Trabajo del Uruguay (UTU). O uruguaio Márcio Paz, cursa Informática em Livramento. “No início não foi fácil, mas alguns problemas como o idioma, por exemplo, foram solucionados bem antes do previsto. Hoje, falo o português fluentemente”, relatou.
Já a gaúcha Juliane Rosa, estuda no Uruguai. O incentivo para fazer um curso binacional foi justamente o aspecto do novo. Sem contar a possibilidade de conhecer e apreciar uma outra cultura. “Sabia falar um pouco de espanhol, mas como em todo começo, tivemos algumas dificuldades com o idioma”, disse. Durante as conversas era tudo bem. Ficava mais complicado no momento em que o professor começava a ditar. “Ele falava duas ou três palavras e dizia ‘coma’, depois, mais quatro e ‘coma’. Não entendíamos nada até que resolvemos perguntar o que era ‘coma’. A palavra em espanhol significa vírgula”, contou Juliane.
Fronteiras
De acordo com a Constituição Federal de 1988, a faixa de até 150 km de largura, ao longo das fronteiras terrestres brasileiras, é designada como faixa de fronteira. A brasileira abrange um total de 588 municípios, de 11 estados, correspondendo a um total de 27% do território nacional e reunindo uma população estimada de 10 milhões de habitantes. Desses estados brasileiros 11 têm potencial para receber os cursos técnicos, materiais bilíngues e aulas de idioma.
Informações: Câmpus Foz