Campus Paranaguá desenvolve projeto de extensão junto aos pescadores artesanais do Litoral.
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Na última segunda feira, o projeto de extensão “Epidemiologia e prevenção de acidentes de pescadores artesanais por animais marinhos no litoral do Paraná” deu início a suas atividades de campo, com a assinatura da carta de anuência pelo Senhor Rubens Marcelino da Veiga, presidente da colônia de pescadores artesanais Z-5 em Shangri-lá, Pontal do Paraná.
O projeto, que é coordenado pela Professora Izabel Carolina Raittz Cavallet e tem como bolsistas os alunos do curso técnico em aquicultura Bárbara do Nascimento David e Matheus Campos da Luz, tem como objetivo geral traçar o perfil epidemiológico dos acidentes de pescadores artesanais do Litoral do Paraná por animais marinhos, auxiliando em um aprimoramento do diagnóstico, tratamento e estratégias de prevenção. Além de uma equipe de alunos e servidores do IFPR campus Paranaguá, o projeto conta com a parceria da Secretaria de Saúde do Estado do Paraná e do Aquário Municipal de Paranaguá.
Maiores informações podem ser obtidas pelo e-mail izabel.cavallet@ifpr.edu.br ou pela página do facebook do eixo de recursos naturais https://www.facebook.com/pages/Meio-Ambiente-e-Aquicultura-IFPR-Campus-Paranagua/1436032119981119?fref=ts.
Resumo do Projeto:
Com uma população de cerca de 16.625 habitantes, Pontal do Paraná é um município representativo da realidade pesqueira marinha paranaense, tendo cerca de 400 pescadores artesanais registrados e abrigando desde sistemas de pesca rudimentares e marginalizados até aqueles mais tecnificados e bem inseridos nas relações de mercado. A pesca artesanal expõe a riscos de acidentes variados, que podem ser reunidos em grupos como: ergonômicos, naturais, físicos, químicos e biológicos. Acidentes em humanos provocados por animais aquáticos são comuns e podem ser observados em numerosas situações causando ferimentos, mutilações e até óbitos. Estes acidentes são causados por dentes, ferrões, e outras estruturas que podem coexistir com glândulas de veneno e mecanismos capazes de injetá-lo. As condições estressantes do trabalho, a desatenção com medidas preventivas básicas e o descuido são os fatores que mais contribuem para os acidentes com animais peçonhentos e venenosos. A toxidade ou capacidade de traumas mecânicos de algumas espécies e o emprego de primeiros socorros e tratamentos hospitalares ineficazes contribuem para a grande morbidade e complicações em muitos casos. Na mais otimista das hipóteses, ao sofrer o acidente os pescadores podem necessitar de longos períodos para restabelecimento, permanecendo dias sem poder voltar ao trabalho, causando-lhes dificuldades sócio-econômicas. O projeto de extensão “Epidemiologia e prevenção de acidentes de pescadores artesanais por animais marinhos no Litoral do Paraná”, realizado por professores e alunos do IFPR Paranaguá juntamente com a Secretaria de Saúde do Estado do Paraná e o Aquário de Paranaguá, propõem, a partir da análise dos dados que serão trazidos por questionários e fichas de ocorrência aplicados entre pescadores, formular materiais educativos e outras atividades de educação sócio-ambiental que serão realizadas no intuito de prevenir e melhor encaminhar o tratamento destes acidentes. Sendo elas: A – Cartilha voltada aos pescadores, com as principais espécies de animais marinhos causadores de acidentes no litoral do Paraná (com enfoque para identificação da espécie, prevenção de acidentes e tratamento dos sintomas); B – Realização de um Workshop sobre “Prevenção e tratamento de acidentes por animais marinhos no Litoral do Paraná” a ser realizado no auditório do IFPR Paranaguá tendo como público-alvo: pescadores do litoral do Paraná, estudantes e servidores do IFPR e outras instituições de ensino, pesquisa e extensão; C – Exposição “Animais marinhos potencialmente perigosos” a ser realizada no aquário municipal de Paranaguá durante o inicio da temporada de verão 2014/2015, como fechamento do projeto e apresentação de todas as etapas e atividades para os pescadores artesanais, comunidade acadêmica e sociedade. Busca-se com isso atingir e sensibilizar o maior número de pessoas possível, extrapolando os limites do público-alvo, que inicialmente serão os pescadores artesanais, para os turistas de veraneio, tendo em vista que estes são o segundo maior grupo de pessoas atingidas nas casuísticas com animais peçonhentos descritos pela literatura.
Palavras-chaves: educação ambiental; pesca artesanal; animais marinhos peçonhentos; acidentes de trabalho.