Publicado em
Na terça-feira (24), o reitor do IFPR, professor Irineu Mario Colombo, esteve reunido com um grupo de dez estudantes de cursos superiores e técnicos do Câmpus Palmas. A conversa aconteceu por iniciativa do próprio professor Colombo e contou com a intermediação do Bispo Dom José Antônio Peruzzo, liderança local que se dispôs a mobilizar alguns representantes dos cursos superiores e técnicos oferecidos pela unidade. Representantes das pró-reitorias de Ensino, Administração, Gestão de Pessoas, Planejamento e Desenvolvimento Institucional e de Extensão, Pesquisa e Inovação; da Auditoria Interna e do Gabinete do Reitor também estiveram presentes.
A reunião foi uma oportunidade para que os estudantes expressassem as suas reivindicações e também para que a gestão do IFPR pudesse respondê-los, contribuindo para um processo de esclarecimento de pontos muitas vezes prejudicados pela falta de informação. Após uma breve apresentação, os representantes do corpo discente tomaram a palavra e apresentaram os principais pontos que levaram às manifestações no Câmpus Palmas no início de junho.
Os estudantes manifestaram grande preocupações em relação ao futuro dos cursos superiores, especialmente no que está relacionado aos boatos de suspensão de cursos e ao número de professores que compõem o corpo docente. Já os representantes das carreiras técnicas trouxeram suas preocupações em relação à falta de um Refeitório na unidade e também em relação aos programas de assistência estudantil do IFPR.
Sobre estes tópicos, o pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento Institucional, Valdinei Henrique da Costa, que integrou a comissão de representantes da reitoria enviada ao Câmpus Palmas para realização de reunião de trabalho no dia 11 de junho, explicou aos estudantes que muitos dos problemas enfrentados na atualidade originaram-se antes mesmo da unidade ser transformada em Instituto Federal, em 2010. O pró-reitor afirmou que quando a instituição que deu origem ao câmpus do IFPR em Palmas foi federalizada, um grande número de estudantes dos cursos superiores atendidos pelo antigo centro universitário tornou-se responsabilidade do IFPR. No entanto, o câmpus não recebeu a quantidade de professores ou verbas suficientes para atender a demanda de um câmpus que já iniciou seus trabalhos com 14 cursos superiores e 554 estudantes, que até hoje são atendidos em diferentes períodos dos cursos de graduação.
Para solucionar o problema, o professor Colombo informou aos estudantes que, na semana passada, foi anunciado o reforço nas ações de implementação do regime de Dedicação Exclusiva – aquele em que o docente dedica-se a trabalhar de forma exclusiva, por 40 horas semanais, no IFPR. Todos os professores do Câmpus Palmas e de outras unidades da instituição que manifestarem formalmente o interesse e estiverem em concordância com a legislação terão seu regime de trabalho alterado para Dedicação Exclusiva. A medida pode fazer com que o Câmpus passe a ter até 97 docentes nessa situação já no segundo semestre.
Outro ponto esclarecido foi quanto ao fechamento dos cursos de graduação oferecidos pelo Câmpus Palmas. “Nós nunca afirmamos ou assinamos qualquer documento que determine o fechamento dos cursos”, explicou Colombo. O Diretor de Ensino Médio e Técnico, professor Evandro Rubim, explicou que todos os cursos técnicos e superiores que hoje são oferecidos pelo câmpus têm previsão de oferta para 2015.
Para auxiliar o entendimento dos estudantes sobre o real contexto do Câmpus Palmas, o professor Colombo realizou uma apresentação de todos os fatos que culminaram com a federalização do Centro Universitário Católico do Sudoeste do Paraná (UNICS), em março de 2010. No entendimento do reitor, a comunidade não foi devidamente informada sobre o que significaria para a instituição a transformação em um Câmpus do IFPR. “Muitos ainda acham que o Câmpus Palmas é um câmpus universitário e funciona como uma universidade e isso não é verdade. Os Institutos Federais fazem parte da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica e têm características diferentes de uma universidade”, explica. Uma das principais diferenças diz respeito à oferta de vagas. “Os Institutos Federais são obrigados a oferecer 50% das vagas disponíveis em cursos técnicos. É lei e temos que cumprir”, afirmou.
Colombo também lembrou aos presentes que todo o processo de transformação do antigo centro universitário em câmpus do IFPR foi anterior à sua eleição como reitor, que se deu apenas em 2011. “Todas as promessas de campanha que fiz, eu cumpri. Naquela época, o câmpus possuia 50 professores. Eu aumentei para 60, depois para 70, 86 e 97. O Câmpus Palmas, que era avançado à época, foi elevado para a categoria de câmpus. Também foi criado o Câmpus Avançado de Coronel Vivida, ligado a Palmas”, lembrou.
Construção de refeitório deverá ser uma decisão da Direção-Geral
Em relação à manifestação dos representantes dos cursos técnicos do câmpus, que soliticitaram a construção de um refeitório na unidade, o Diretor de Infraestrutura do IFPR, Pierre Alves, informou que a equipe de engenheiros do IFPR trabalha para a conclusão dos projetos do bloco de refeitório. No entanto, depois de finalizado, dependerá da Direção Geral a escolha pela implementação desta modalidade de bloco. De acordo com os estudantes, a inexistência de um refeitório é onerosa para os estudantes, que têm que se alimentar nas cantinas terceirizadas disponíveis no câmpus.
A Diretora de Assuntos Estudantis e Atividades Especiais, professora Evelise Dias Antunes, explicou aos estudantes que o Câmpus Palmas é o que mais recebe bolsas e auxílios complementares – o número é 32% maior que aquelas destinadas ao maior câmpus do IFPR, o Câmpus Curitiba. Ela explicou, também, que as bolsas de inclusão social e os auxílios podem ser cumulativos, aumentando o valor recebido mensalmente pelos estudantes. A pedido do professor Colombo, a Diretoria de Assuntos Estudantis e Atividades Especiais, em parceria com a equipe de assistência social do câmpus, vai verificar in loco os casos mais de graves de estudantes em situação de vulnerabilidade social para encontrar soluções que garantam o êxito desses estudantes nos cursos técnicos do IFPR.
Melhorias na infraestrutura
Outro tópico abordado foi a reforma dos estragos causados pelo temporal de dezembro de 2013. O diretor Pierre Alves explicou que a Direção Geral do câmpus perdeu o prazo para solicitar os reparos de forma emergencial – a solicitação deve ser realizada de forma imediata. Com a perda do prazo, foi necessária a realização de um processo licitatório para contratação da empresa responsável pela execução da reforma. O processo foi concretizado em junho de 2014 e as obras iniciaram no dia 23 do mês. “A reforma representa um investimento na casa dos 708 mil reais, quase metade do valor do orçamento apresentado inicialmente pelo câmpus” informou Alves.
O reitor do IFPR também informou que apenas em 2014 o IFPR recebeu a dominialidade do imóvel ocupado pelo Câmpus Palmas e que até então a instituição não era autorizada a fazer investimentos no local.
Planejamento Didático Pedagógico é a solução
Por fim, o reitor do IFPR afirmou que todas as ações de melhorias para o Câmpus Palmas dependem do desenvolvimento de um Planejamento Didático-Pedagógico. É a partir dele que serão tomadas as decisões subsequentes como a otimização do trabalho do corpo docente e quantificação do número de novos docentes que serão contratados pelo próximo concurso público de professores, com previsão de realização no segundo semestre de 2014. Outra providência que deve ser tomada é a nomeação de um novo diretor-geral para o câmpus.
Os estudantes presentes no encontro com o professor Colombo comprometeram-se a formar uma comissão de pelo menos seis estudantes, que vai acompanhar as discussões que ainda serão realizadas entre os representantes da comunidade escolar e acadêmica do Câmpus Palmas e a equipe da reitoria do IFPR. A próxima reunião de trabalho entre as equipes será nos dias 2 e 3 de julho, em Curitiba, com a presença de coordenadores de cursos.