Merenda sustentável: alunos aprendem a aproveitar integralmente os alimentos – Campus Telêmaco Borba

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Merenda sustentável: alunos aprendem a aproveitar integralmente os alimentos

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ALIMENTAÇÃO ESCOLAR

Um projeto que vem sendo desenvolvido na escola municipal Professor Elias Abraão – a 45 km de Ortigueira – está mudando a rotina das crianças. Trata-se do aproveitamento integral dos alimentos, uma iniciativa da professora e diretora do colégio, Claudimara R.B. de Quadros, que é aluna do curso de Interdisciplinaridade, Alimentação Escolar e Agroecologia, do Instituto Federal do Paraná (IFPR) e criou o projeto como trabalho do curso.

Pelo menos duas vezes por semana, 73 crianças, do 1º ao 5º ano, acompanham o preparo dos alimentos com receitas novas, diferentes, nutritivas e com uma ótima aparência, que faz brilhar o olho da criançada. As receitas são doces e salgadas, além dos sucos, e buscam aproveitar até mesmo o talo, as folhas, as sementes e as cascas dos alimentos.

A nutricionista da Secretaria da Educação de Ortigueira, Silvia Neusa dos Santos, faz parte do corpo docente do curso realizado pelo IFPR e orienta o projeto. Segundo ela, é uma forma de fazer com que as crianças percam o preconceito com os alimentos. “Elas comem de tudo e não fazem cara feia pra nada, pelo contrário. Estamos causando uma mudança de hábito. As crianças estão comendo mais frutas e verduras e têm levado isso pra casa. Até mesmo as mães vêm pedir as receitas”, explica.

O projeto tem entre seus objetivos reduzir o desperdício de alimentos e consequentemente o gasto com a alimentação escolar, além de melhorar a qualidade nutricional das preparações e diversificar a merenda.

Entre as receitas que fazem sucesso entre as crianças estão batata doce caramelizada com casca, cocada e bolinhos de mandioca, farofa de cenoura e frango e os sucos de couve com abacaxi e limão, abacaxi com hortelã e casca de abacaxi com couve, entre várias outras. As receitas são da ONG Banco de Alimentos e do projeto do SESC “Mesa Brasil” e a maioria delas encontram-se na internet.

Para Silvia, os alimentos da merenda escolar do município permitiram que o projeto tivesse um cardápio rico em nutrientes. “Temos uma lista com 81 itens na merenda escolar, o que não se vê em muitas cidades. Temos muitas frutas e verduras incluídas, o que é muito bom para as crianças”, ressalta.

O projeto se encerra em dezembro e uma das metas é montar um receituário com as receitas que as crianças mais gostaram e deixar para a escola e para as mães.

Para o coordenador do Eixo de Recursos Naturais do IFPR (Campus Telêmaco Borba), professor João Luis Dremiski, o projeto tem um grande diferencial. “Essa atividade é uma forma de cumprir a nova lei da alimentação escolar (Lei nº11.947/09) e promove o direito à alimentação saudável, adequada e solidária”, conclui.


INTERDISCIPLINARIDADE E EDUCAÇÃO NUTRICIONAL

Além de acompanhar a preparação dos alimentos, as crianças recebem em sala de aula uma continuidade daquilo que viram na cozinha da escola.

Na disciplina de matemática a atividade é multiplicar as receitas, dividir para fazer ¼ ou meia receita e por aí vai. Em língua portuguesa, as crianças se atentam para a leitura do texto e diferenciação das palavras. Em ciências, tomam nota sobre a nutrição e história de cada alimento, a quantidade de carboidratos, para que servem os alimentos, o que são as vitaminas, proteínas e sais minerais e como é importante não desperdiçar o alimento. As crianças também cuidam de uma pequena horta, que fica na própria escola.

“Os alunos estão enxergando o próprio mundo com outros olhos, sabendo que tem pessoas que passam fome. Aprenderam a valorizar cada alimento e cada parte do alimento. Tanto na cozinha como nas aulas, se mostram muito interessados e percebemos que o costume em casa está mudando, porque levam o que aprenderam. Por aqui, vemos que eles se sentem importantes e valorizados, porque estamos fazendo todo esse preparo na merenda para eles”, conta a coordenadora do projeto, Claudimara R.B. de Quadros.

No final do ano, um teatro com fantoches sobre educação nutricional deve ser apresentado para as crianças. “Se o exemplo do colégio der bons resultados ao final do projeto, com toda essa possibilidade de educação nutricional e de mudança de hábitos, queremos levar o projeto a todas as escolas municipais de Ortigueira”, conclui a nutricionista Silvia.

Créditos:

Fernanda Rodrigues – Assessoria de Comunicação

Prefeitura Municipal de Ortigueira


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