Agricultoras familiares de Telêmaco Borba visitam Irati – Campus Telêmaco Borba

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Agricultoras familiares de Telêmaco Borba visitam Irati

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A finalidade da vista foi conhecer as produções em estufas desenvolvidas por produtores locais

 

A partir da visita, as mulheres conheceram na prática a realidade da agricultura em estufas

Irati – Na última semana Irati se tornou referência na plasticultura para um projeto de mulheres rurais do município de Telêmaco Borba. Participantes do Programa Mulheres Mil, desenvolvido pelo Instituto Federal do Paraná (IFPR) daquele município, 13 moradoras da Vila Rural Brilho de Sol vieram conhecer as estufas dos produtores iratienses.
A psicóloga do IFPR Danieli de Cássia Barreto, que é coordenadora do programa, explica que a Vila Rural Brilho do Sol foi identificada como uma comunidade em situação de vulnerabilidade social, pois as mulheres possuem o lote, fruto de um programa do governo do estado do Paraná que visou a criação de comunidades rurais, mas elas não obtinham renda a partir da produção neste terreno. “Elas não tinham êxito no que era a proposta das vilas rurais, que é ter uma renda a partir da agricultura familiar”, aponta Danieli.
A partir de um mapeamento foi descoberto que algumas dessas mulheres tinham pequenas produções de hortaliças, mandioca ou frango, mas sempre numa escala reduzida, mesmo que alguma parte daquele produto fosse para revenda, aquilo não era a fonte financeira primaria daquela família. “Muitas delas são beneficiarias do Bolsa Família, então nós escolhemos essa comunidade”, explica a psicóloga.
Dessa forma, elas foram convidadas a participar de um curso baseado nas diretrizes do Programa Mulheres Mil e voltado para as agricultoras familiares. A primeira parte deste curso foi voltado para a formação humana destas mulheres. Por isso, elas receberam aulas sobre os direitos da mulher, as relações de gênero, questões da mulher na sociedade, relacionamento interpessoal, organização comunitária, ou seja, o tema central era a qualidade de vida. “Tivemos um pouco de foco também na alimentação baseada nos princípios agroecológicos”, afirma Danieli.
Na segunda parte do curso, elas tiveram uma capacitação profissional. Sendo assim, houve uma parceria entre o IFPR e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) que oferece essas oficinas para a capacitação profissional. Para tanto, elas foram dividas em três equipes diferentes: a que veio a Irati foi o grupo que teve aulas sobre a horticultura, um segundo entrou na área da fruticultura e o terceiro focou os estudos na produção artesanal de alimentos.
De acordo com Danieli, a ideia é que haja essa diversificação para que aconteça a troca de experiências e conhecimentos entre elas. “O objetivo deste trabalho é que elas, ou formem uma associação no final do curso ou ao menos, em pequenos grupos, elas tenham uma renda baseada nesse aprendizado que tiveram nesses cursos”, diz

Em Irati
Como a região de Telêmaco Borba não tem uma área rural expressiva, apenas 10% da população está no campo, e o instrutor do Senar, Sérgio Krepke, é de Irati, ele propôs que elas viessem conhecer alguns agricultores familiares do município, quais técnicas eles utilizam, questão de comercialização em feiras e mercados e principalmente a funcionalidade das estufas.
As agricultoras de Telêmaco Borba visitaram quatro propriedades de Irati que trabalham com o sistema de estufas, visto que o foco das aulas delas no Senar é a plasticultura. “Elas já estudam pontos como os benefícios da estufa na produção rural. Então, por isso, elas estão fazendo esta visita técnica que seria uma forma delas verem na prática tudo aquilo o que elas viram na teoria até hoje”, destaca Danieli. Além disso, elas também visitaram a Feira do Produtor para verem na prática a comercialização dos produtos provindos da agricultura familiar.
A moradora da Vila Rural Brilho do Sol, Rosângela Pereira da Silva, explica que apesar de morar na zona rural de Telêmaco Borba, não utiliza a agricultura como fonte de renda. Ela e o marido têm uma oficina mecânica na cidade e é disso que provém o retorno financeiro da família. Porém, esta realidade deve mudar em pouco tempo, pois a partir das aulas realizadas pelo Senar e a visita à Irati, Rosângela já está decidida em fazer sua propriedade cumprir sua função social que é a de produzir alimentos para comércio.
“Eu plantava apenas algumas coisas para utilizar em casa como cebolinha e couve. Agora nós aprendemos que aquela nossa terra tem valor e que só depende de nós fazer com que possamos ter lucro a partir dela”, comenta Rosângela. Sendo assim, a agricultora afirma que em pouco tempo deve começar o plantio para o comércio, mas sem abandonar a agricultura de subsistência, nos seus 5550 m².

 

Texto e fotos: Guilherme Capello, da Redação

Publicado na edição 667, 17 de abril de 2013.

Fonte: https://www.hojecentrosul.com.br/agricultura/agricultoras-familiares-de-telemaco-borba-visitam-irati/

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