Publicado em
A agroecologia e as culturas tradicionais. Esse foi o tema da II Mini Jornada realizada entre os dias 3, 4 e 5 de novembro de 2011 na comunidade de Vista Alegre, município de Ortigueira e organizada pelos educandos da turma de agroecologia do IFPR Campus Telêmaco Borba e pelos educadores João Luis Dremiski, Luciana Maestro Borges, Roberto Martins dos Santos e Rodrigo Quoos. Essa Mini Jornada, entendida como um dos processos da formação profissional dos técnicos em Agroecologia, teve o objetivo de estudar, conhecer e gerar questionamentos sobre a prática, o ciclo, o manejo e os conhecimentos tradicionais associados as culturas ecológicas de milho, feijão e café. Houveram visitas técnicas a 3 propriedades rurais onde os educandos divididos em grupos puderam dialogar com as famílias de agricultores. No seminário realizado com subsídios das visitas os educandos apresentaram a forma local e tradicional de manejo das culturas de milho, feijão e café. As oficinas realizadas na propriedade do educando Vanderson Flauzino de Souza, produziram aproximadamente 1 tonelada de adubo da independência, 100 litros de adubos orgânicos foliares, 50 litros de caldas bordalesas, sulfocálcica e extratos de plantas para o controle ecológico e integrado de insetos e plantas espontâneas, 10 kg de substrato para produção de mudas de café, além das trocas de experiências e conhecimentos entre famílias camponesas, os educandos e os educadores do IFPR.
Uma forma de valorizar a cultura popular e a trajetória de vida camponesa na II Mini Jornada foi à noite cultural conduzida pelo músico, profundo conhecedor da moda de viola, Denilson Teodoro e em conjunto com a Escola Municipal e Estadual da Comunidade de Vista Alegre presenteou a comunidade presente no evento. Durante esses três dias de convivência com a turma pode ser observado iniciativas de elaboração de acordos, a apresentação de místicas, a cooperação nas atividades rotineiras de alimentação e limpeza, além do respeito e a transparência pelo diálogo.
Com a II Mini Jornada percebe-se os resultados da Pedagogia da Alternância como a articulação e integração de dois espaços distintos: a escola e o ambiente. Para isso conta-se com vários atores, além dos “alunos e professores em sala”, mas com família, profissionais, associações de agricultores, lideranças comunitárias e movimentos sociais. As jornadas somente são viáveis quando se consegue articular este conjunto de colaboradores no processo educativo e quando, sobretudo, o aluno se torna o centro, o sujeito de sua aprendizagem, o principal ator. Até a próxima jornada.
Matéria redigida por João Luis Dremiski