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Sustentabilidade, empreendedorismo inovador, tecnologia aplicada à saúde e ao bem-estar. Esses foram alguns dos principais eixos que nortearam os trabalhos apresentados pelo alunos do IFPR na VII Feira de Inovação das Ciências Engenharias, que ocorre de 06 a 11 de novembro, em Foz do Iguaçu.
Diversos projetos apresentados na Ficiencias se propõem a criar novas soluções para antigos problemas ambientais. O projeto “Transformação de Dejeto Orgânico de Frigorífico em Agregado Fino para Confecção de Artefatos Cimentícios”, do Campus Foz do Iguaçu, é um exemplo. Desenvolvido pelos alunos Gustavo Medeiros e Gabriely Dutra Antunes, sob orientação do professor Miguel Batista, o projeto busca aproveitar dejetos de suínos, como pelos, vísceras e órgãos, para a elaboração de um agregado que substitui em até 20% a areia.
Após inúmeros testes, os estudantes do curso técnico em Edificações conseguiram desenvolver um produto parecido a uma areia avermelhada, sem cheiro e economicamente viável. “Muitas vezes esses dejetos são descartados em rios ou em locais inapropriados. Conseguimos criar um produto de baixo custo que pode ser aplicado na construção civil e ainda contribuir para amenizar um problema ambiental que já existe”, explicou Gabriely.
Com enfoque na educação ambiental, o trabalho apresentado pelo aluno do Campus Umuarama, Flávio de Souza Júnior, mostrou o projeto “Sensibilização Ambiental na Bacia Hidrográfica do Córrego Figueira”, voltado à conscientizar crianças sobre os riscos ambientais aos quais o córrego está exposto e a importância de lutar para preservá-lo. O projeto já atendeu 240 crianças com idades entre cinco e oito anos, com oficinas e atividades lúdicas. “O próximo passo é difundirmos oficinas de produção de papéis-sementes, que são feitos a partir da inserção de sementes no processo de reciclagem do papel”, explica o estudante do curso de Química.
“No início da disciplina de Projetos, faço um desafio aos estudantes para eles fazerem algo que nunca fizeram antes ou visitarem um lugar em que eles nunca estiveram para que eles sintam a dificuldades por eles mesmos e pensem em possibilidades e soluções criativas. A partir daí, vou dando as ferramentas até eles chegarem na construção de um protótipo”. É assim que o professor Rafael Rogora Kawano, do Campus Paranaguá, define o estímulo que dá aos seus alunos para eles avançarem em seus conhecimentos rumo à inovação.
Rafael é orientador do projeto “Chave Allen autoajustável”, que consiste no desenvolvimento de um protótipo de uma ferramenta única para retirar ou apertar parafusos de diversos tamanhos. Os alunos do curso técnico em Mecânica, Bruno Amaral e Guilherme Prestes, explicam que já investigaram e não há nada parecido no mercado. “Nosso passo seguinte é trabalhar no melhoramento do produto final, buscar uma patente e apresentar a possíveis investidores”, argumenta Bruno.
O Brasil é o terceiro maior consumidor de sorvete do mundo e os números só crescem com o passar dos anos. Foi pensando nessa tendência e na necessidade de se criar versões mais saudáveis dessa sobremesa que os estudantes do Campus Paranavaí Mateus Volante Lopes, Kethlin Lobo Nascimento e Laisa Machado dos Santos desenvolveram pesquisas cujo produto final foi um sorvete de chá verde inovador.
O projeto “Estudo da estabilidade de compostos fenólicos em sorvete de chá verde com alfa-ciclodextrina” teve por objetivo agregar substâncias benéficas presentes no chá verde, chamadas compostos fenólicos, em um produto de mais fácil aceitação que o próprio chá. “Desenvolvemos um processo inovador de produção para preservar os componentes saudáveis do chá verde sob a forma de sorvete. Com isso, criamos um produto saboroso, que auxilia no combate ao envelhecimento celular e com potencial de redução de colesterol”, explica o estudante do curso técnico em Agroindústria, Mateus Lopes.
Seguindo a linha da alimentação funcional, as estudantes do Campus Londrina, Laís Xavier dos Santos e Eduarda Goulart, inovaram no modo de produção para criar um iogurte natural, com propriedades funcionais. O projeto, intitulado “Obtenção do extrato de soja e sua bebida fermentada”, testou a influência da temperatura na fermentação do extrato de soja e obteve uma versão que beneficia o trato digestivo. “O resultado foi uma bebida saudável, de sabor agradável e com potencial de ser comercializado futuramente”, ressalta Laís.
A VII Ficiencias segue até a próxima sexta-feira (09), quando ocorrerá a premiação dos trabalhos melhor avaliados em cada categoria.
Confira as fotos dos participantes.