Capacitação aborda ética e relações de trabalho em Curitiba
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Nos dias 10 e 11 de maio, servidores do IFPR participaram do curso “Ética e o servidor público: abordagem nas relações de trabalho”. O curso foi ministrado pela psicóloga Lis Andrea Soboll, por meio da Escola Nacional de Administração Fazendária (Esaf), em Curitiba. A formação, direcionada aos ocupantes de cargos de Direção na área do Ensino e de alguns setores administrativos da instituição, é uma ação da Diretoria de Capacitação do IFPR.
Esta foi a primeira vez que o curso, com carga horária de 20h, foi oferecido a uma turma composta apenas por servidores do IFPR. “O curso foi proposto inicialmente aos Diretores de Ensino, pela possibilidade de multiplicação e de transformação que representam, em razão do cargo que ocupam”, afirma a psicóloga Aneliana da Silva Prado, da Diretoria de Capacitação da Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (Progepe). “Além da competência técnica, achamos importante trabalhar competências relacionais. Reconhecemos que é preciso sensibilizar os servidores para esta atuação reflexiva, humana, que permita repensar a prática e a promoção de relações mais éticas”, afirma.
O curso teve início com a sensibilização dos participantes sobre como os valores da sociedade moderna moldam as relações entre os seres humanos, entre elas aquelas que se estabelecem no ambiente de trabalho. “O objetivo do curso é a conscientização e a sensibilização dos participantes para as suas relações, para os valores que estão dominando a sua vida e a sociedade hoje, e como isso impacta a sua saúde e as suas escolhas”, afirma Lis.
Em uma sociedade que submete valores humanos a valores financeiros, a identidade se constrói sobre o tripé formado pelo trabalho, pelo consumo e pela tecnologia. “O que o indivíduo é no âmbito do trabalho e do consumo acaba por se tornar a sua identidade. As tecnologias são as ferramentas pelas quais expressa a sua identidade ou então se refugia”, explicou a psicóloga durante a primeira palestra. Esse cenário leva a uma crise do sujeito nas relações consigo e com o outro, que no ambiente de trabalho se manifesta na forma de contradições e doenças.
Além das palestras teóricas, o curso contou com momentos práticos, no qual dinâmicas estimularam a discussão e a reflexão de problemas éticos no ambiente de trabalho pelos participantes. “Quando se fala em ética, se fala em prática, no cotidiano, e foi assim que surgiu esse curso. Não pensando em passar a questão da teoria ou então dos códigos, mas pensar mesmo a ética das relações. O curso tem um conteúdo mínimo de sensibilização, fundamentado cientificamente, para que os participantes possam entrar em contato com eles mesmos e com o outro, e para que possam chegar a essa consciência de ‘quem eu sou’ e ‘que lugar eu ocupo’, além de como estão as minhas relações, porque vamos construir leis conforme entendemos esse nosso lugar na sociedade”, explica Lis.
Para os participantes, tanto a temática como a forma de abordagem do curso foram pertinentes. “Para mim foi um momento maravilhoso, que permitiu uma troca entre as pessoas que estão tentando fazer as coisas acontecerem. O curso foi surpreendente. Mostrou que estão dentro de você as transformações éticas que desejamos em nossas relações de trabalho”, afirma a professora Patrícia da Silveira, do Campus Avançado de Astorga. “A temática é mais do que pertinente, tendo em vista os desafios da nossa, carreira, da nossa profissão. Essa discussão deveria ser ampliada, para que chegasse a todos os servidores”, afirma o professor Paulo Fortes Júnior, Diretor de Ensino do Campus Avançado Coronel Vivida.