Publicado em
O Instituto Federal do Paraná realiza nos meses de maio e junho a I Olimpíada de Robótica do IFPR. Onze câmpus participam da competição, que tem por objetivo estimular o interesse dos estudantes para a montagem de robôs a partir de kits de robótica. A olimpíada segue os moldes da Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR), que tem o intuito de ser um instrumento de melhoria do Ensino Fundamental e Médio e também de identificar jovens talentos que possam ser estimulados para carreiras técnico-científicas. Na OBR Prática, existe uma simulação de um ambiente de desastre em mundo real, no qual o resgate de vítimas precisa ser feito em um caminho e tempo pré-determinados.
Para Ariel Schaeffer da Silva, da Direção de Empreendedorismo Inovador (DEMPI), a Olimpíada traz diversos benefícios para os estudantes. “A Olimpíada de Robótica promove a construção e a estruturação do raciocínio lógico do estudante, incentiva o espírito empreendedor, a criatividade, a autonomia na aprendizagem e o espírito de equipe”, disse Ariel.
Além disso, o professor salienta: “Esta atividade promove a inter e a multidisciplinaridade pela interação dos conceitos de tecnologia, de física, de matemática com conceitos de outras áreas do conhecimento”.
O evento é dividido em duas etapas: as locais e a final, que será realizada no Câmpus Paranavaí. A equipe vencedora em qualquer das fases será a que tiver melhor pontuação dentro do tempo disponível para a competição.
A olimpíada nos câmpus
A primeira fase da I Olimpíada de Robótica está em andamento, mas alguns câmpus já finalizaram suas etapas internas, selecionando equipes para a segunda fase, que acontecerá no dia 28 de junho.
Para a realização e organização da Olimpíada, o IFPR fornece Kits Lego Robótica, e, através de edital próprio, coordenadores dos câmpus concorreram a recursos financeiros para aquisição de materiais para construção das pistas.
O primeiro câmpus a realizar a etapa interna da Olimpíada foi Foz do Iguaçu, no dia 21. A equipe Robotec foi a que teve melhor desempenho e participará da segunda etapa, em Paranavaí. Os professores Fernando Nakayama e Evandro Cantu estiveram envolvidos no evento.
No dia 27 de maio, a Olimpíada foi realizada no Câmpus Umuarama (foto). Ao todo, foram 5 equipes compostas por alunos do Curso Técnico Subsequente em Informática. Os alunos tiveram cinco minutos para treinar e mais cinco para o “robô” realizar a volta completa na pista, em três “rounds” por equipe. A equipe Relm, composta pelos alunos Eduardo Bender, Lucas Cunha, Mateus Pereira e Michel de Souza, foi a vencedora da etapa. A equipe é do primeiro módulo do curso e os alunos trabalharam na programação do robô durante o projeto GEP – Grupo de Estudos em Programação, liderado pelo professor Marcelo Pereira. A Olimpíada esteve sob coordenação dos professores Marcelo Pereira, Elaine Praça e Márcia Pascutti, além da participação do professor Eduardo Goiano, no dia da competição, como juiz das rodadas.
Em Irati, a primeira fase ocorreu no dia 29 e contou com a participação de duas equipes com oito alunos do 2° ano do Curso Técnico em Informática Integrado ao Ensino Médio. Os robôs, que deveriam realizar o resgate de vítimas em locais de difícil acesso para seres humanos, precisavam transpor e desviar de obstáculos no local de simulação do acidente, composto por uma pista de três salas e uma rampa, sendo que cada obstáculo transposto resultava em pontuação. Aquela que conseguiu transpor o maior número de obstáculos, resgatar a vítima e, desta forma, vencer a competição, foi a Equipe 24 Horas, formada pelos alunos Alisson Rewel de Bomfim, capitão da equipe, Emanuel Sidoski, Joice Machiski e Pablo Jonathan Prado.
O Câmpus Assis Chateaubriand realizou sua 1ª fase no dia 30. Sob coordenação dos professores Alex Miyamoto e Wylliam Gongora, e orientação do professor Darlan Dapieve, a equipe K-29, formada pelos alunos Fellipe Lavaqui, Júnior Caselato, Andrey Vilanova, Leonardo Felipin e João Spadini, do Curso Técnico Integrado ao Ensino Médio em Eletromecânica, venceu a etapa. A equipe enfrentou problemas durante a competição, visto que, na 1ª rodada, houve erro de calibração de um dos sensores e a K-29 ficou com pontuação zerada. Contudo, na 2ª rodada, a equipe calibrou corretamente seu robô e completou todas as salas de maneira impecável na 1ª tentativa. Isto lhes concedeu o primeiro lugar geral na competição.
O professor Alex Miyamoto definiu bem o que acha da realização da Olimpíada. “Confesso que durante o desenvolvimento da olimpíada, me surpreendi com os resultados. A mobilidade por parte do corpo docente e discente foi muito grande. A aplicação de muitos dos conhecimentos teóricos vistos em sala de aula em conjunto com o clima de competição despertou nos alunos um grande interesse em aprofundar seus estudos. Em suma, a iniciativa foi muito valiosa para todas as partes: professores, alunos e a instituição como um todo”, disse Alex.
Na visão do professor Wylliam Gongora, a etapa de Assis Chateaubriand foi muito importante. Wylliam argumenta, “O incentivo desta proposta só vem a agregar mais valor aos cursos ofertados pelos câmpus, além de formatar o nosso recurso humano para os desafios das atividades diárias em um ambiente técnico-profissional. Outra coisa é contribuir para o autodesenvolvimento dos alunos e a busca pela pesquisa e inovação.”
No dia 31, foi a vez do Câmpus Paranavaí realizar a etapa. Participaram cinco equipes e três delas foram premiadas. A campeã foi a equipe Decepticons, formada pelos alunos Alisson Freitas, Alan Freitas, Gabriel de Souza, Matheus Madureira e João Paulo de Barros. Em 2º lugar ficou a equipe Megatron, e em 3º a equipe Cyborg. Esta, por sua vez, foi o destaque da competição, sendo formada em sua maioria por alunos do 1º ano, sendo 4 bolsistas do Programa de Bolsas Acadêmicas de Inclusão Social – PBIS – e outros dois voluntários.
A organização do evento teve auxílio de todos os professores do curso e, também, dos alunos do 3º ano do Curso Técnico em Informática Integrado ao Ensino Médio, do aluno Abner Moura (2º ano), que fez um vídeo de divulgação do evento, e da aluna Priscila Vidotto, do Curso Superior de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas, que ajudou na confecção das camisetas, crachás e outros materiais.
Em Telêmaco Borba, o evento, que foi coordenado pelos professores Eduardo Kloc, Ademir e Gregory, foi realizado no dia 3 de maio e contou com a participação de duas equipes formadas por alunos dos Cursos Integrados ao Ensino Médio de Mecânica, Automação e Informática, e a equipe Life Up, composta pelos alunos Luís Oliveira, Willian Rangel, Leandro de Oliveira, Lourena de Almeida e Weslei Borecki, foi a vencedora. Todos os alunos que participaram da Olimpíada irão para a 2ª fase.
Aluno ajustando seu robô em Telêmaco Durante a prova
No dia 5 de junho, no Câmpus Cascavel, três equipes participaram da Olimpíada, sob coordenação do professor Ricardo da Rosa e do aluno do Curso Subsequente em Informática, Sidnei Batista. A equipe Lobo foi a vencedora, ficando em 2° lugar a equipe Leão e em 3° a equipe Dragão. A competição teve grande envolvimento dos alunos, que demonstraram muito entusiasmo.
O Câmpus Curitiba realizará sua 1ª etapa no dia 14 de junho, com a participação de seis equipes, sob os olhares do coordenador da etapa, o professor Marcos Laureano e do vice-coordenador, o professor Marlon Vaz. Seis cursos diferentes estão participando do projeto (Jogos, Informática, Eletrônica, Processos Fotográficos, Eletromecânica e Eletrotécnica).
O professor Marlon Vaz assumiu a organização da OBR 2013 e convidou Marcos Laureano para participar do processo. Laureano não sabia muito a respeito da Olimpíada, mas, quando soube como funcionava, acabou se empolgando e já participou como chefe de juízes.
Em depoimento, a animação do professor Marcos fica explícita quando perguntado sobre a OBR, competição que encara como sendo uma grande brincadeira.
“Bom, desde que comecei a brincar fico cada vez mais empolgado e imaginando várias outras aplicações da robótica em pesquisas”. Marcos explica por que encara como sendo uma brincadeira: “E sim, a palavra é brincar, pois literalmente os alunos estão aprendendo sobre robótica, aplicações de conceitos de física e matemática, brincando. E sempre que os alunos estão treinando nas pistas, vários outros alunos ficam literalmente de boca aberta e querendo entrar no projeto”.
Marcos se mostra animado com o futuro da Olimpíada, projetando que saltará de 6 equipes e 25 alunos em 2014, para mais de 50 alunos e 10 equipes em 2015.
O professor ainda disse o que espera do campo da robótica para o futuro. “Eu vejo a robótica como um campo enorme a ser explorado pelo IFPR nos próximos anos. O Paraná ainda está engatinhando na área e o IFPR vem para ser a grande alavanca que vai impulsionar as Olimpíadas de Robótica no estado. Em 2013 tivemos apenas 18 equipes competindo, este ano temos 32 equipes inscritas apenas do IFPR, em outras palavras, somos responsáveis pelo crescimento de quase 100% no número de competidores de um ano para o outro”.
A robótica educacional, para o professor, é algo vibrante e inovador. Os professores sentem-se motivados, pois conseguem aplicar na prática conceitos abstratos, passando aos alunos muitos conceitos que eles não conseguiriam imaginar. Quanto aos alunos, Marcos espera que a robótica educacional desperte o lado pesquisador.
Depois de realizadas as duas fases da competição, o IFPR Câmpus Londrina sediará a etapa estadual da Olimpíada Brasileira de Robótica, nos dias 29 e 30 de agosto, e a expectativa é de 105 equipes do IFPR participando, envolvendo cerca de 600 pessoas. O evento contará com equipes dos demais câmpus do IFPR e de outras instituições de nível médio e técnico.
Os Câmpus Ivaiporã, Londrina e Palmas ainda realizarão a 1ª fase da Olimpíada de Robótica neste mês de junho.